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Sessão de 11 de Março de 1925 13

timos. Contraíu-os nas péssimas condições que já apontei; e, então, foi possível - o possível é inimigo do desejável- contrair os dois empréstimos com a Companhia dos Diamantes e o empréstimo de 1922, com o Banco Nacional Ultramarino.

Mas se dos empréstimos anteriores não é fácil encontrar vestígios de administração, não há dúvida que, não obstante todos os defeitos e erros de administração que são apontados mais para condenar os homens do que a obra que êles realizaram, muito há feito e muito se poderia ainda fazer se fôsse possível levar a cabo um plano que foi quanto possível detalhado.

Sr. Presidente: precipitou-se, é certo, a província de Angola na aquisição de determinado material, pelo crédito dos 3 milhões de libras; houve, sem dúvida, erros administrativos, mas êles não são mais do que a consequência do que se fez na metrópole.

0nde estão os planos da metrópole, que permitiram a utilização dêsse crédito?

Sabemos ou não que se fez uma utilização para os caminhos de ferro, que custou ao Estado mais 100 libras do que devia custar? Sabemos.

Sr. Presidente: se trago êste facto à discussão, não é para justificar os erros dos outros, mas para provocar o poemtet me de nós todos.

Aproveito o ensejo para fazer um rápido depoimento, acerca da minha visita a Angola.

Em 1923, tive ocasião de visitar a província de Angola; e ao contrario das críticas do muitos e mesmo em face dós erros administrativos (porque outros não havia a invocar, e, estou convencido, não haverá até final), eu verifiquei que a situação era de molde a dar a compreensão nítida de que ali se trabalhava activamente, para aquilo que todos nós desejamos que aquela colónia seja.

Visitei muitas propriedades agrícolas; e ao contrário do que se afirmava, isto é, que as disposições tomadas pelo Alto Comissariado eram asfixiantes para a produção agrícola, tive ocasião do ver que ali se trabalhava activa e eficientemente para aumentar a produção, de uma maneira honrosa para todos nós, tendo tido também ensejo de ver os trabalhos feitos em caminhos de ferro.

Não ignora ninguém, que tom estado em contacto com assuntos coloniais, as dificuldades dos técnicos, as dificuldades na organização dos trabalhos das obras públicas nas províncias ultramarinas; mas, apesar disso, o meu testemunho neste momento, é o mis lisongeiro para as pessoas que trabalham em Angola.

Sr. Presidente: quando estive naquela colónia, pude servir-me da telegrafia sem fios, magnificamente montada. O serviço de comunicações, não obstante as afirmações que ouvia em contrário, era já alguma cousa, em relação ao que existia 10 anos antes.

Vi o porto de Lobito, o caminho de ferro de Loanda, que de desastre em desastre chegou a carecer quási de completa renovação, sendo, por assim dizer necessário refazer, inteiramente, a tarefa.

Sr. Presidente: muitas outras obras haviam já sido iniciadas, como o avanço do caminho de ferro do Mossâmodes, e do Amboim, que já tinha 80 quilómetros de extensão em exploração.

Sr. Presidente: no momento da minha saída de Angola, o Sr. Norton do Matos lançava as bases de um inquérito económico à província, inquérito que teria muito prazer em ver continuado polo Sr. Alto Comissário que for escolhido, porque êle permite abrir novas, largas e seguras directivas à política da mão de obra, e à política de assistência à produção agrícola da província.

Foi então que o banco emissor declarou que não podia cumprir o decreto de 1922.

A agravar as restantes dificuldades, as dificuldades da província e da metrópole, vem o banco emissor declarar que não estava à altura de acudir à crise de Angola.

V. Exa. não ignora que nessa ocasião começaram a chover sôbre Lisboa telegramas alarmantes da província.

O comércio começou a clamar contra o Banco Nacional Ultramarino, e formaram-se comissões oficiais e oficiosas e de ordem particular que reclamaram por todas as formas, pedindo ao Govêrno e ao Parlamento que não abandonassem Angola.

Nessa ocasião o Sr. Norton de Matos