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14 Diário da Câmara dos Deputados

veio à metrópole para levar o banco a cumprir o contrato. É neste momento que os Governos da metrópole começam a alhear se.

Vai em vinte meses que as associações da província, duma maneira geral, começaram a prostetar energicamente.

Aos Governos o ao Parlamento competia estudar a situação de Angola que era angustiosa.

Havia as paixões dos homens e as paixões dos interêsses (Apoiados), paixões que em tal momento não deixaram ver claro a ninguém.

Tinha o Govêrno e o Parlamento um problema bancário a resolver, estando ambos em face duma crise monetária. Era preciso debelar o deficit e olhar com carinho para a situação da província. Infelizmente nada se fez.

Todas as representações e reclamações foram feitas debalde, pois ninguém quis saber da resolução do assunto.

Nesta altura até o próprio debate parlamentar sobre Angola não foi feito de molde a debelar a crise.

Eu não sou injusto para ninguém, mas o facto é que se pensou mais em pessoas e sistema de administração, do que em atender à crise financeira da provincia.

Sr. Presidente: já é tempo de se ver bem o que a experiência tem dado com os Altos Comissários.

Hoje está posta de parte a política que em tempo foi boa.

Chegou-se depois á mais completa desorientação na provincia; e a metrópole alheia-se por completo, quando era preciso dar à província todos os elementos e era preciso suprir todas as necessidades mais urgentes.

É isso o que se depreende da proposta vinda à Câmara.

Esta contenta-se com pouco; porque se sente que a situação é bem diversa daquela que, depois de constatada esta crise, se criou á província de Angola.

Então as palavras, dispensáveis, imprudentes e violentas que se pronunciaram, em relação a essa província e à sua administração, não as ouvi eu proferir relativamente a Moçambique, embora nos achássemos já sob a influência das experiências realizadas.

Orgulho-me de ter sido o primeiro Deputado a levantar a questão do empréstimo à província de Moçambique, empréstimo que, podendo representar a sua ruína económica e financeira, podia vir a acarretar a sua completa perda.

Apoiados.

A Câmara não ignorava o que se havia passado em Angola, Igualmente o não podia ignorar o poder Executivo.

E, no entanto, pretendia se contrair um empréstimo do 33:000 contos-ouro, anunciando-se apenas as obras de fomento a realizar.

O Sr. Brito Camacho que, tendo percorrido a província a conhecia bem, reputava algumas dessas obras de difícil realização, e, outras, como verdadeiramente impraticáveis.

Com muito prazer reinvindico para mim as honras de ter iniciado o debate sôbre o empréstimo à província de Moçambique, debate que não permitiu que fosse por diante aquilo que podia ser apenas um êrro administrativo, mas que podia ser, tambem, um verdadeiro desastre nacional.

Sr. Presidente; a situação de Angola é realmente angustiosa. A administração que lá se fez teve algumas consequências, que nós não podemos deixar de lastimar, em face da situação financeira da metrópole, que não tem o desafogo necessário para poder dar á provincia os elementos de vida que lhe devem ser dados, no dia em que as colónias passem a ser consideradas como o devem ser.

Mas, se é certo que a província de Angola atravessa uma situação económica difícil, não é menos certo que, durante o período dos Altos Comissariados, uma cousa em Angola fica: a acção digna e alevantada que se desenvolveu sob o ponto de vista inernacional- acção que, por vezes, chegou a ser agressivamente nacionalista.

Apoiados.

Mas, o que é importante é demonstrar que a crise de Angola não é apenas a crise dos pagamentos imediatos. O que é preciso demonstrar é que a crise é mais vasta.

Emquanto na metrópole se discute largamente, subtilmente por vezes, a vida de Angola, a sua crise vai-se agravando dia a dia, em termos que, pelo menos, permitem que nós possamos dar a quem