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14 Diário da Câmara dos Deputados

porque só temos um, de dois caminhos, a seguir: ou trabalhar com êle ou acabar com êle.

Apoiados.

O Orador:-Eu opto pela primeira solução. Sou dos que entendem que há mais a ganhar com a riqueza do que com a pobreza dos outros.

Mas, Sr. Presidente, como eu ia dizendo, é necessário examinar o problema sob este aspecto.

Também sôbre o empréstimo da Companhia dos Diamantes talvez valesse a pena ainda, embora já tenha ouvido opiniões em contrário de algumas pessoas, entre elas o Sr. Rêgo Chaves, examinar a questão pelo aspecto de novas conversações.

O Sr. Rêgo Chaves (interrompendo): - Eu limitei-me a afirmar que entendia que êsse assunto devia ser adiado para melhor oportunidade.

O Orador:- Em princípio, não há dúvida de que é sempre mau tratar com prestamistas quando se está com a corda na garganta; mas a verdade é que se do dinheiro precisamos não é positivamente para as necessidades da vida normal. Devemos fazer notar que as nossas necessidades, pelo que respeita a Angola, são mais para obras reprodutivas.

Mas, Sr. Presidente, a situação económica de Angola será equivalente à sua situação financeira?

Não é. Eu vou ler à Câmara as estatísticas do movimento comercial de Angola em 1917:

Leu.

Por aqui se vê que Angola tem trabalhado e tem produzido.

Entre os artigos que mais têm contribuído para êstes números elevados da exportação figura em primeiro plano o café.

A seguir temos o coconote, o óleo do palma, a cera e o algodão.

A borracha está prestes a extinguir-se em Angola.

Não se tem pensado no repovoamento, nem na cultura scientifica dêste produto, e não pudemos contar com êle.

Onde a exportação aumentou foi num produto barato, o milho que passou de 4:000 toneladas para 37:000.

Mas isto é um problema que não só limita ao aumento da exportação de um produto pobre; a exportação foi grande porque na metrópole havia grande necessidade dêsse cereal.

Agora é bom ver que a exportação de milho para a metrópole é feita em péssimas condições. Está imenso tempo à espera de vapor; depois vem em porões de vapores onde há calor húmido o que faz desenvolver o gorgulho extraordinariamente.

Vê-se em resumo que o inventario da exportação acusa vantagens de 1917 para 1922.

Tem-se trabalhado, têm-se aproveitado os produtos cultivados pelos indigenas.

O que era preciso era ensinar ao indígena os processos modernos.

Apoiados.

Temos o marfim, que está a desaparecer, mas temos o gergelim e outros produtos como o amendoim, que quási não existe.

Temos as obras de fomento, mas temos também o empréstimo de 60:000 contos, que; a realizar-se, pior ficamos.

Temos que gastar em obras do fomento, mas é preciso gastar gradualmente, por conta-gotas e de forma que as despesas sejam produtivas.

Angola, é muito grande e há muito que fazer.

O caminho de ferro do Amboim destina-se a servir uma região rica, sem dúvida, mas uma região que está na posse de uma empresa particular, que, segundo as informações que tenho, tem bem administrado o que lhe está entregue.

É justo que auxiliemos essas emprêsas particulares, mas quando tivermos sobras.

Na proposta do ilustre ex-Ministro das Colónias, Sr. Carlos de Vasconcelos, figurava o caminho de ferro de Amboim, com o auxílio de 25:000 libras.

Também se pensa na construção do caminho do ferro do Bengo, dizendo-se que a riqueza de cobre nessa região é infinita.

É certo que eu vi na Rua do Ouro, numa montra, uma amostra dêsse mineral; mas só por isso, sem outro exame, não pode concluir-se que a região do Bem-