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Sessão de 24 de Março de 1925 15

go tenha minas de cobre de valor inestimável.

Sou ainda do tempo em que os boers apareciam em Lourenço Marques com bocados de quartzo contendo algumas filigranas de ouro.

E sabe a Câmara qual era o processo que êles adoptavam para a fabricação dêsse minério valioso?

Carregavam a espingarda com pedacitos de ouro e disparavam-na sôbre os blocos de quartzo, iludindo assim com facilidade.

Não é bem o caso de que se trata, mas êle vem a propósito para afirmar que só uma investigação bem cuidada pode levar-nos a conclusões seguras.

Alguém conhece, porventura, os capitais de que dispõe a Companhia do Bengo?

Eu não os conheço, e seria bom o Sr. Ministro indagar isso no Ministério das Colónias, antes de se prestar auxílio à referida companhia.

Com respeito ao caminho de ferro de Mossâmedes, vale a pena demorarmo-nos um bocadinho na sua apreciação.

O caminho de ferro de Mossâmedes destina-se a servir todo o sul de Angola, desde a costa até à fronteira, bifurcando--se na altura do Lubango, para servir a região do Cuamato ao Humbe, na extensão total de 1:200 quilómetros.

Pois sabe a Câmara qual é a bitola das linhas dêste caminho de ferro?

E de 60 centímetros, apenas.

Não é preciso ser-se engenheiro para se reconhecer que é absolutamente inviável um caminho de ferro desta natureza.

Todo o dinheiro que aí se gastar resulta improdutivo.

Não podem continuar os trabalhos sem o alargamento da via.

No emtanto, o Govêrno de Angola propõe, para a construção dêste caminho de ferro, 6:650 contos.

Vamos agora examinar o caminho de ferro de Loanda, que se destina a servir a mais rica região de Angola e que deve ter uma extensão de 2:700 quilómetros.

Sr. Presidente: é preciso também cuidar do porto de Loanda, mas só em devido tempo.

Não vamos arquitectar portos, como o de Loanda, em que se gastaram dezenas de milhares de libras, aparecendo agora o pedido de indemnização da casa construtora, de 80:000 libras.

O Sr. Rêgo Chaves (interrompendo):- 80:000 libras é ainda muito pouco, comparado com o que êles sonham receber.

O Orador: - É por esto motivo, Sr. Presidente, que eu entendo que não devemos iniciar planos de tal ordem que sejamos depois forçados a pagar indemnizações às casas construtoras.

Sr. Presidente: andamos afastados das boas regras da administração pública, e, para mim, gastar mal equivale a delapidar.

Um outro assunto que deve merecer grande atenção é a protecção ao indígena, dar-lhe condições do higiene e bem estar, estimulá-lo para o trabalho, devendo fiscalizar-se as relações entre o europeu e o indígena, porque quási toda a tonelagem que apontei é recebida da mão do indígena.

Em regra, o comércio nas nossas colónias é feito por permuta.

Mas, Sr. Presidente, voltando novamente aos caminhos de ferro, eu desejava saber em que altura está a questão de Ambaca.

Já está solucionada esta questão?

É certo que houve um decreto de resgate, mas também o que é verdade é que de há muito se arrasta nos tribunais essa questão.

É um assunto que precisa de ser visto com ponderação, porque não compreendo que estejamos a prolongar a linha de Loanda sem termos definida a situação com a Companhia de Ambaca.

Sr. Presidente: essa linha, pelas minhas contas, feitas sôbre dados oficiais, até 1914, custou-nos 14:000 contos fortes, e até agora cêrca de 18 000.

Todavia, são passados cêrca de 10 anos, e a questão continua na mesma, e nós vamos prolongar mais 130 quilómetros de linha.

Isto é grave, tanto mais que o valor do material circulante existente à data em que foi decretado o resgate devia orçar por 500 contos.

Sr. Presidente: ainda sôbre Angola, desejava preguntar ao. Sr. Ministro das Colónias o que há sôbre a delimitação do sul daquela província.

Nós entrámos na guerra com o critério de defender aquilo que tínhamos, mas o que é verdade é que vão já passados al-