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Sessão de 24 de Março de 1925 23

população de Angola, alguma cousa de tam forte, uma tranquilidade tal, que dentro em pouco tempo tudo se resolverá como deve ser.

Estou absolutamente certo, Sr. Presidente, de que desde que Angola reconheça que a metrópole não a abandona, tudo se resolverá, mantendo-se uma absoluta tranquilidade, pois a verdade é que o principal motivo da intranquilidade actual é a persuasão de que a província está abandonada pela mãe-Pátria.

Tenho a certeza absoluta, pois conheço muito bem a província de Angola, de que, uma vez aprovada a proposta de lei em discussão, a situação de espírito nessa província modificar-se há grandemente. Além do estado de paz, o outro elemento para o desenvolvimento dos recursos é a realização das obras e medidas de fomento.

Nesta parte não posso deixar de responder a uma pregunta que foi feita aqui pelo Sr. Carvalho da Silva, e, creio, por outros Srs. Deputados, isto é, se essas obras de fomento serão de efeito reprodutivo imediato ou a longo prazo. Eu devo dizer que não tenho dúvida alguma de que umas hão-de ser de efeitos reprodutivos a longo prazo, sondo outras, porém, não tenho também dúvida em o dizer, de efeitos imediatos, como, por exemplo, uma delas, qual é a que diz respeito ao caminho de ferro de Loanda, que, posta em condições de satisfazer as exigências do tráfego, há-de contribuir, e muito, para o desenvolvimento da riqueza de Angola.

No que diz respeito, Sr. Presidente, à Companhia do Bembe, não posso deixar de estar de acordo com a opinião aqui apresentada por um ilustre Deputado.

Trata-se dum compromisso que já existe. A província de Angola é, de facto, accionista da Companhia do Bembe, e o que tem a fazer é pagar as acções de que é possuidora.

Trata-se, portanto, do cumprimento de uma obrigação contraída por essa província. Mas dir-se há: é mais um credor, e, portanto, pode esperar, como os outros. Neste ponto também não estou de acordo.

A Companhia, do Bembe pretende explorar a região mineira do Bembe. Esta região, segundo a opinião de pessoas autorizadas, e segundo os relatórios conhecidos, de engenheiros competentes, profissionais dessa especialidade, é extremamente rica.

E nós temos de atender a êste outro facto, que eu acho da maior importância: é que não só está indicado que se faça a sua exploração a valer, como também que essa exploração é extraordinariamente cubicada. E, nesse ponto, não posso deixar de fazer justiça à obra patriótica do Sr. Norton de Matos, quando Alto Comissário da colónia, fazendo a província de Angola accionista daquela Companhia.

Apoiados.

S Exa., com êsse procedimento, visara a manter nacional aquela grande riqueza que existe em Angola.

Apoiados.

Há quem diga, mas eu não tenho elementos para o poder afirmar com segurança, que a riqueza existente na região do Bembe é superior à de Catanga.

É muitíssimo natural, sendo assim, que haja cobiças em seu tôrno ; mas do que eu posso informar a Câmara é do que a Companhia do Bembe não tem presentemente disponibilidades de capitais, conforme afirmou há pouco o ilustre Deputado Sr. Paiva Gomes.

O Sr. Paiva Gomes (interrompendo): - Eu não disse que a Companhia do Bembe tinha actualmente disponibilidades de capital. Limitei-mo a pedir a V. Exa. para se dignar informar-me de qual é o capital dessa Companhia.

O Orador:-Repito, não tem disponibilidades, e, como não é um organismo oficial, é afinal uma empresa industrial como outra qualquer, naturalmente há-de procurar o capital de onde êle possa vir.

Ora era exactamente isso que eu queria poder regular pela maneira mais vantajosa para o país, e, perfilhando a proposta do meu ilustre antecessor, o Sr. Carlos de Vasconcelos, eu julgara cumprir o meu dever como Ministro das Colónias, evitando, por todas as formas, que essa enorme riqueza deixasse de ser portuguesa.

Apoiados.

O Sr. Paiva Gomes (interrompendo): - É uma riqueza em potencial,