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26 Diário da Câmara dos Deputados

recursos para que a metrópole vá financiar; a província de Angola.

É preciso, em princípio, acudirá situação da província, porque não podemos perdê-la.

Não sei quanto nos custa ter do pronunciar estas palavras : consta-nos que temos de fazer um sacrifício tremendo "para não perdermos Angola e para não perdermos mercê da má administração que a essa província tem sido dada pelos homens que com poderes discricionários tem tomado conta dela, até o ponto de comprometerem a sua existência, que pertence ao património nacional".

Sr. Presidente: é cheia de perigos a situação financeira do País; e quando nesta casa do Parlamento ouço fazer afirmações como as que aqui têm sido feitas pelo Sr. Álvaro de Castro e Velhinho Correia, de que não têm nenhum valor as reservas metálicas dum Banco emissor.

O Sr. Velhinho Correia (interrompendo}:- Eu não disse isso.

O Orador: - V. Exa. nunca disse outra cousa.

V. Exa. tem dito que não confia no valor da nota; e isto é a mesma cousa que dizer. . .

O Sr. Velhinho Correia (interrompendo):- V. Exa. disse que eu tinha afirmado que as reservas metálicas do Banco não tinham valor algum.

O Orador:- Se não tivessem valor algum não tinha tratado V. Exa. tanto delas.

A continuarmos no caminho de vender tudo, vender-se há o ouro que está no Banco de Portugal.

Isto é preciso que se diga ao País.

Vender-se há tudo que são valores reais, levando-se o País a uma situação que, dentro em pouco, não haverá nada, absolutamente nada. Isto ao mesmo tempo que se não hesita em continuar a gastar da mesma forma, e que um Ministro como o das Colónias, vem revoltar-se contra o voto do Parlamento, por não querer votar de ânimo leve.

Depois, repito, de vendermos o que ainda temos, o património nacional...

O Sr. Velhinho Correia (interrompendo): - Antes disso havia a fortuna dos particulares.

A de V. Exa. e a dos outros.

O Orador:- E preciso que V. Exa. saiba que a fortuna dos particulares é parcela da fortuna nacional.

É bom que V. Exa. se não esqueça disto. V. Exa. falando assim, dizendo que quere dispor da fortuna dos particulares, é que quere continuar a gastar na voragem, como se tem gasto.

V. Exa. defende a venda do património nacional.

O Sr. Velhinho Correia:- É que V. Exas. preferem a venda das colónias, ao pagamento do que se deve.. .

O Orador: - O que queremos é que se não continue a gastar escandalosamente, como se tem gasto, e que não se continue a enganar o País, dizendo-lhe que há superavit.

O que queremos é que se não ponha em hasta pública o patriotismo nacional.

Apoiados.

O que queremos é evitar as situações perigosas, e não me parece que seja esta a melhor forma de as evitar.

O que queremos é evitar esta vergonha nacional, o que não demonstra senão a razão das palavras do Sr. Paiva Gomes, quando diz que é indispensável que cada um vote com a consciência do que vai votar, para evitar os perigos que podem advir para o País.

Queremos a conservação do património nacional, o que é impossível continuando a votar-se como se tem votado nesta Câmara.

Também, Sr. Presidente, se disse o ano passado que a prata não era vendida; e. no emtanto, nós, examinando as contas do primeiro semestre do actual ano económico, encontramos que a venda da prata deu uma receita de 129:000 contos ; e, se nós formos examinar as contas relativas ao mês de Janeiro, encontramos, Sr. Presidente, uma receita de 148:000 contos.

O Sr. Velhinho Correia (interrompendo) : - Onde estão as propostas apresentadas por V. Exas., tendentes a reduzir as despesas?