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10 Diário da Câmara dos Deputados

Aquele povo, no meio da sua infelicidade, tem a ventura de ter muita gente interessada pelo seu bem-estar.

O Sr. António Correia (interrompendo): - Nas palavras de V. Exa. há qualquer insinuação a meu respeito?

O Orador: - Não, senhor, e tanto assim que eu também mo interesso por êsse povo; mas há pessoas que se interessam e pessoas que são interessadas.

O Sr. Presidente: - Lembro a V. Exa. que apenas tem quatro minutos para concluir o seu discurso.

O Orador: - Vou terminar já.

O Sr. António Correia (interrompendo): - Mas peço a V. Exa. o que diga se as insinuações que vieram expressas nos jornais se relerem a mim ou ao Sr. Carlos Pereira.

É isto que eu desejava ver esclarecido.

O Orador: - Eu já dei explicações, dizendo que não me referi a nenhum Sr. Deputado.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os apartes não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

É posta em discussão a acta.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Pedi a palavra para declarar que se tivesse assistido à sessão de ontem, teria protestado contra as palavras pronunciadas pelo Sr. Ministro do Interior relativamente à apreensão dos jornais.

E assombroso que o membro de um Govêrno que se diz liberal possa ter produzido as afirmações atribuídas a S. Exa.!

O Sr. Presidente: - Eu não quero coarctar o direito de V. Exa. usar da palavra. A verdade, porém, é que não desejo abrir mais um mau precedente, permitindo que V. Exa. se alongue em considerações a propósito da acta.

O Orador: - Como V. Exa. compreende., eu não podia deixar passar sem reparo as afirmações ontem feitas pelo Sr. Ministro do Interior, que, pretendendo justificar o procedimento das autoridades, não se atreveu a citar uma única disposição de lei que lhe permitisse fazê-lo.

Todavia ou não quero deixar de acatar a observação de V. Exa., e por isso peço para que a Mesa me inscreva para antes de se encerrar a sessão, a fim de me ocupar das arbitrariedades cometidas pelas autoridades contra a imprensa, rememorando os bons tempos da Parreirinha, que tanto serviu para condenar a monarquia.

O orador não reviu.

É aprovada a acta.

O Sr. Presidente: - Tendo falecido, há dias, o antigo Deputado e director geral dos Correios e Telégrafos, Sr. Alfredo Pereira, eu julgo do meu dever propor à Câmara um voto de sentimento pela. morto dêsse ilustre homem público.

O Sr. Carvalho da Silva: - Em nome dêste lado da Câmara, associo-me comovidamente ao voto que V. Exa., Sr. Presidente, acaba de propor à Câmara, não só no cumprimento de uma velha praxe parlamentar que sempre respeitamos, mas ainda por se tratar de alguém que ao País prestou os mais relevantes serviços.

Alfredo Pereira, como director dos Correios e Telégrafos, que muitos benefícios lhe devora, teve ocasião de representar Portugal no estrangeiro e fê-lo sempre por forma a honrar o País. Como vice-presidente desta Câmara, muito contribuiu, também, para prestigiar o Parlamento.

O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: - Em nome do Partido Republicano Português, associo-mo sentidamente ao voto de sentimento pela morte do grande homem de bem que foi o Sr. Alfredo Pereira, antigo director geral dos Correios e Telégrafos, organismo a que o falecido prestou os mais assinalados serviços.

Bem anda, pois, a Câmara associando--se à proposta feita pelo Sr. Presidente à memória de alguém que soube ser bom, honrado e dedicado ao serviço público.

O orador não reviu.