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32 Diário da Câmara dos Deputados

onde está o excedente do fabrico sôbre a venda: é o depósito.

O Sr. Paiva Gomes (interrompendo): - V. Exa. confunde venda com produção.

O Orador: - Não, senhor.

Eu estou exactamente a dizer que não.

Estou a referir mo ao relatório da Companhia do 1923.

Excederam a de 1913-1914, mas já nesta época a produção ora do 180.000:000, número este que está em contradição com os dados da Companhia.

O Sr. Paiva Gomes (interrompendo): - É V. Exa. quem o afirma.

Se V. Exa. põe em dúvida os dados fornecidos pelo Comissariado dos Fósforos, acho que o Sr. Ministro das Finanças deve tomar conta do caso.

O Orador: - Devo tomar as contas que julgar convenientes.

Não pus, desde que estou no uso da palavra, quaisquer princípios restritivos às minhas palavras.

Ia eu dizendo que a fábrica tem tido aumento do produção.

A produção é o que sai do fabrico, porque, numa emprêsa, fabrico o produção é a mesma cousa.

Está aqui bom expressa a êste respeito a declaração da Companhia:

Leu.

No mesmo relatório o referente ao mesmo ano diz-se a respeito das vendas:

Leu.

Está bem isto, se a diferença estiver no armazém geral da Companhia.

Mas vamos a ver o que sucede a respeito dos stocks da Companhia.

Leu.

Em 1914 o mesmo balanço acusa:

Leu.

Fazendo o cálculo, entrando em linha de conta com a desvalorização da moeda, vejo que a Companhia em 1923 não tinha cousa alguma que só comparasse com 1914.

Mas vem dizer que a produção aumentou e que as vendas acusam crescimento.

Ora eu estou a argumentar adentro do campo da sinceridade crítica, que me impus ao aceitar o encargo do relator deito parecer.

Tenho de dizer pois toda a verdade, absolutamente toda.

De maneira que não posso estabelecer que não há decrescimento na produção dos fósforos.

Sei que êsse decrescimento é confessado pela Companhia o partindo do número base do 180.000:000 do caixinhas de 1914, porque os números dêsto ano, em referencia ao material o ao fabrico, dão êsto número, também chego à, conclusão que sendo a produção dêsse ano e referente aos 180.000:000 do caixinhas expressa pela produção duns 166 caixotes por dia em Lisboa o Pôrto, tenho de aceitar, embora reportando-mo ao campo do probabilidades, mas, deduzindo como êle mo ensina, posso afirmar que a produção deve estar actualmente em 200 caixotes por dia.

Mas em 1913, 1914 o 1915 o caixote do fósforos ficava a Companhia por 9$, preço industrial.

O pessoal das fábricas, à medida que se vai avizinhando o fim do contrato, vai tendo menos trabalho.

Eu tive até conhecimento que houve há tempos certo pessoal que, tendo entrado às 8 horas, saía às 8 horas e 15 minutos.

Podemos assim chegar ao dia 23 de Abril do 1925 sem haver fósforos no País, não se conseguindo desta situação senão desvantagens, que só não teriam se houvesse um fôrte abastecimento no País.

Se em 1925 não houver fósforos, o Govêrno terá e poderá fazer a sua importação.

Pode fazê-lo e mais barato só venderão talvez do que os actuais que existem em Portugal. E nêste ponto eu repito à Câmara que calculo por êstes dados que haja um lucro de 100 por cento para a Companhia, nos fósforos que está produzindo.

Ganhava mais, muito mais em 1914.

Aumentaram as desposas som dúvida nenhuma, mas aumentou também o preço dos fósforos. V. Exas. viram que os antigos tipos de fósforos desapareceram um a um.

Novos foram surgindo, e hoje apenas só encontra o tipo do $20, em qualidade inferior ao tipo antigo do 10 réis. De maneira que temos uma actualização completa do preço dos fósforos. Temos hoje na nossa moeda uma desvalorização que é expressa por 21; os fósforos hoje são