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Sessão de 16 de Abril de 1925 11

monarquias e repúblicas e as monarquias primeiro.

Citarei, por exemplo, a monárquica Inglaterra e a imperial Alemanha.

Entre nós estabeleceu-se o Instituto de Seguros Sociais, mas para admitir amigos, para se criarem muitos e muitos lugares e para dar muito dinheiro aos revolucionários civis.

Nestas condições, não posso compreender que quem tenha a noção do momento social não dó a sua aprovação à proposta do Sr. Pinto Barriga, ou porventura a qualquer outra em que mais se atenda ainda às reclamações operárias.

Eu desejo, Sr. Presidente, que o Sr. Presidente do Ministério diga à Câmara o que pensa sôbre uma questão importantíssima, como esta é. Desejo que o Govêrno diga o que pensa sôbre a maneira de atender as reclamações dos operários que assim se manifestam por uma forma que merece aplausos, e não à bomba, processo que merece a reprovação de toda a gente, que tem a noção do momento que passa.

Sr. Presidente: nós dêste lado da Câmara entendemos indispensável que sejam perfeitamente salvaguardados os interêsses, não só das classes operárias, mas também dos empregados dos escritórios da Companhia, pois não devemos esquecer de nenhuma maneira que a classe média atravessa nêste momento, no nosso País, uma crise gravíssima.

Não posso, pois, compreender como os empregados do escritório sejam postos de lado.

Isso seria uma profundíssima injustiça.

Em tais condições, eu apelo para o Sr. Presidente do Ministério e para a Câmara, para que não deixe que esta questão se resolva sem que se faça justiça a quem soube pregar a harmonia entre o capital e o trabalho.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Pereira: - Sr. Presidente: não tencionava entrar neste debate, nem teria pedido a palavra, se não estivesse na Mesa uma proposta enviada pelo meu querido amigo Sr. João Camoesas.

Só êste facto me obrigou a pedir a palavra, para sustentar a mesma doutrina que S. Exa. sustentou no decorrer das suas considerações.

Também não pedi a palavra para tornar essas considerações mais claras e mais brilhantes, porque S. Exa. durante bastante tempo demonstrou, com larga cópia de conhecimentos, a razão que lhe assistia ao enviar para a Mesa essa proposta, que envolve uma comparticipação de lucros entro o pessoal operário e as fábricas da indústria de fósforos.

Pedindo a palavra quero simplesmente afirmar a V. Exa. e à Câmara que aprovo essa proposta, visto que o meu critério obedece simplesmente a uma questão de princípio.

Fui eu - e desde então para cá mais ninguém, que me conste, se deu ao trabalho de estudar êsse problema - quem apresentou uma proposta estabelecendo a comparticipação do lucros entre o capital e o trabalho, projecto que continua a dormir nos arquivos desta Câmara, como, de resto, muitos outros em que se trata de reivindicações operárias.

Êste problema, de uma grande magnitude, tem sido tratado em todos os outros países, menos em Portugal, e apesar da República estar proclamada há 14 anos continuamos a viver como no tempo de João Franco, em que se afirmava que em Portugal não existia a questão social.

Sr. Presidente: sendo êste problema, como toda a gente sabe, de uma grande magnitude, eu vejo com o mais profundo desgosto que o Parlamento e os homens públicos da nação portuguesa se não preocupam com êle; que não lhe dispensaram nunca cinco minutos de atenção, quanto mais cinco minutos de estudo.

Foi, pois, com a mais profunda desolação que ouvi ao ilustre relator da proposta, por parte da comissão de comércio e indústria, dizer que o momento não era oportuno para se considerar a emenda apresentada pelo Sr. João Camoesas.

Afirmou o meu particular amigo e ilustre parlamentar, Sr. Carvalho da Silva, que esta questão não havia sido ainda tratada pela imperialista Inglaterra.

Àparte do Sr. Carvalho da Silva, que não se ouviu.

O Orador: - Sr. Presidente: estas questões de carácter democrático não passam