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Sessão de 16 de Abril de 1925 21

rios; o que se faz agora, satisfazendo as reclamações da condição segunda dos operários, é o que se fez na base G.

Foi a República que veio estabelecer essas garantias.

Apoiados.

Foi o Parlamento da República, foi o Govêrno republicano que veio dar aos operários essas garantias.

Não há o propósito de republicanizar as indústrias, mas sim de as democratisar.

Vejamos a base H.

O que não pode ser é admitir operários que na véspera tenham sido despedidos por negligência ou falta de aptidão.

O aditamento do Sr. Pinto Barriga peca por exagero, e o do Sr. Carvalho da Silva ainda é pior.

Por forma alguma se pode admitir a obrigatoriedade de admissão do indivíduos que não satisfazem às condições precisas.

O que é de admitir é a proposta do Sr. Tôrres Garcia.

Fazendo-se assim, os que se encontram depois de 1895 ao serviço da Companhia ficarem assim garantidos nos seus lugares.

Assim o Parlamento, que é a expressão do País e da República, e o Govêrno garantem a utilização do pessoal posteriormente a 1895. Não querendo alongar mais as minhas considerações, oportunamente farei um requerimento para a prioridade da proposta de substituição mandada para a Mesa pelo Sr. Tôrres Garcia.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Carvalho da Silva: - Ouça o Sr. Jaime de Sousa.

Eu sou monárquico, sempre fui monárquico, mas não tenho nenhuma responsabilidade da monarquia.

O Sr. Jaime de Sousa não sei se era Deputado em 1895.

O Sr. Jaime de Sousa: - Andava ainda na escola.

O Orador:-Bem; mas o Sr. Jaime de Sousa, vindo hoje em defesa da "sua" República, e em ataque à nossa monarquia, vem demonstrar ...

O Sr. Jaime de Sousa: - Eu faço presente de propriedade da monarquia a V. Exa. Nunca fui monárquico.

O Orador:-E eu que julgava que V. Exa. tinha sido Deputado regenerador, e tinha sido até chefe do gabinete do Presidente do Ministério dêsse Govêrno que caíra nessa época.

O Sr. Jaime de Sousa: - Isso nada altera o que disse. Sempre fui republicano.

Mas creio que não é a minha pessoa que está em debate.

O Orador: - Nada está em jôgo, mas...

O Sr. Jaime de Sousa: - É só isto que eu digo a V. Exa.

O Orador: - Bem. Mas a República é que está em debate.

E agora, fica claramente explicado o amor com que V. Exa. vem defender a sua República, pondo em confronto a obra da República com a obra da monarquia.

Eu aproveitarei todas as razões por V. Exa. apresentadas para provar que então foram atendidos, ao contrário do que S. Exa. diz, os operários.

Onde é que V. Exa. vê directa ou indirectamente garantida a colocação?

Ataca-se a monarquia, e diz-se que hoje se vive em regime democrático.

Na monarquia é que se vivia em regime democrático.

"Ouvidos os interessados", diz-se aqui. E eu creio que não há nada mais democrático do que ouvir os interessados.

O Govêrno ouviu todos os interessados.

Não há razão para se dizer que nesta proposta se atendem melhor os interêsses dos operários.

Estabelece se diálogo entre o orador e o Sr. Jaime de Sousa.

O Orador: - Se queremos acompanhar o espírito da época, não podemos fazer hoje uma lei idêntica à que se fez há 30 anos. Mas a verdade é que se está elaborando uma lei muito menos democrática do que era a de 1895.

Nada disto é concreto!