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10 Diário da Câmara dos Deputados

clamar no Parlamento que todo o exército, toda a marinha, toda a guarda fiscal e polícia cívica cumpriram de tal formão seu dever que se torna difícil especializar qualquer unidade, e por isso dirijo a todos as minhas saudações, envolvendo nesta saudação o comandante do Grupo de Batarias a Cavalo de Queluz, que recebendo a ordem de prevenção ao seu regimento, sem meios de condução, foi a pé de Bemfica até o seu regimento, sabendo aí que o grupo havia saído para a revolta, sem o seu comando, apenas com os oficiais de serviço.

S. Exa. montou a cavalo e escondeu debaixo do dólman o estandarte do regimento para ver se encontrava ainda os seus subordinados no caminho e juntando-se a êles lhes dizia mostrando a bandeira: aqui é que está o regimento.

Infelizmente não teve tempo e quando chegou a Lisboa, já a sua unidade estava na Rotunda.

Ainda assim ôsse brioso oficial fez todo o possível para arrancar a sua unidade aos revoltosos, mas não o conseguiu e foi feito prisioneiro.

Dá se um caso extraordinário: foi êste o único oficial ferido não estando combatendo.

Êste oficial merece todo o nosso respeito (Apoiados); é um oficial brioso que em França já desempenhou um papel importante.

Apoiados.

O Govêrno tomou as medidas que urgia, mandando vir tropas fiéis para operarem em conjunto, mas não foi possível fazê-lo com toda a presteza precisa e nas primeiras horas as fôrças revolucionárias tiveram uma certa vantagem.

Sr. Presidente: estávamos perante um facto consumado de muita gravidado e o Govêrno apresentou à assinatura do Chefe do Estado o decreto suspendendo as garantias em todo o país, pois o Govêrno precisava estar prevenido para qualquer eventualidade,

Sr. Presidente: o militar que está à frente das tropas é sobejamente conhecido por todos (Apoiados) é um militar brioso, a cuja dedicação e serenidade muito se deve (Apoiados) a sua coragem merece toda a nossa consideração (Apoiadas) e a República muito deve ao general Adriano de Sá.

Sr. Presidente: estava organizado o ataque às fôrças revolucionárias e o Govêrno estava tam sereno e certo que dominava a situação que toda a cidade sabia que o Govêrno estava no Carmo.

Deu-se um facto lamentável, que foi quando chegou ao Carmo o emissário dos revoltosos com o ultimatum. O Presidente do Ministério não estava presente e foi o Sr. Presidente da República que o recebeu e fô-lo com a máxima serenidade, com a consciência do seu dever.

Muitos apoiados.

Sabe V. Exa. que é difícil num caso dêstes manter a serenidade.

Apoiados.

Ouvindo frases que deprimem é difícil estar sereno (Apoiados), embora o caso fôsse principalmente ridículo, pois o emissário se apresentou à paisana, dizendo que tinha por baixo um pijama e apresentando o ultimatum num quarto de papel, sem assinatura de qualidade nenhuma e que era apenas para que S. Exa. demitisse o Govêrno, e imediatamente também, constituísse outro sôbre a presidência do Sr. Filomeno da Câmara.

Mais nada dizia, Sr. Presidente, o papel que foi presente ao Sr. Presidente da República. Mas o emissário teve o cuidado de dizer que faria parto do novo Govêrno, como Ministro da Guerra, com o consentimento dos seus camaradas. E o capitão que o acompanhava confirmou isto mesmo ao ser-lhe preguntado pelo referido emissário se ora ou não verdade o que êle estava dizendo.

È necessário, Sr. Presidente, frisar êstes factos, para se ver de que lado está a disciplina e de que lado está a desordem (Apoiados) e para se verificar quais são, efectivamente, os que trabalham com lealdade e com dignidade e quais são aqueles que têm umas aspirações o uns objectivos que não são dignos de ser alcançados.

Apoiados.

Felizmente, que eu me lembre, ainda não houve ninguém, dentro dos partidos republicanos, que se fôsse impor ao Chefe do Estado, dizendo-lhe: eu quero ser Ministro desta pasta.

O Sr. Presidente da República, como não podia deixar de ser, e era até escusado dizê-lo, porque todos nós sabemos como S. Exa. timbra em ser respeitador