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Sessão de 21 de Abril de 1925 17

É uma suspensão de garantias a curto prazo.

Entendemos também que êste momento não é ocasião para largas discussões e apreciação dos acontecimentos, pois nem o Govêrno tem todos os elementos de informação para poder responder. E preciso acalmar as paixões e não excitá-las. É preciso que se faça luz e se verifique bem de quem é a responsabilidade.

Pela primeira vez se assistiu a uma realização plena de todas as forjas do Govêrno. Isto conseguiu-se à custa de muitas horas dolorosas.

Apoiados.

Êste movimento é de responsabilidade mais alta de pessoas que queriam servir os seus interêsses inconfessáveis, serviam porventura, não as cabalas políticas como se usa dizer, mas as cabalas financeiras.

Apoiados.

Não posso esquecer que a atmosfera que se pretende forjar foi organizada por órgãos de larga publicidade, com intuitos manifestos, com propósitos conhecidos.

Apoiados.

Não podemos deixar de estudar os meios necessários para modificar a possibilidade de atmosferas políticas engendradas por indivíduos que põem os seus capitais ao serviço dos seus interêsses, agitando a sociedade portuguesa.

Apoiados.

A República atravessa uma hora de felicidade, dependendo do Parlamento a sua continuação, tornando esta hora, que é de renascença do espírito republicano, verdadeiramente eficaz para a sociedade.

Estou convencido de que todos os republicanos reconhecerão que através das suas disputas, das suas questões e dos seus debates de princípios há um terreno onde todos nos podemos encontrar, hoje mais tranquilos do que ontem, para uma obra que seja a dignificação da República e de nós mesmos.

Sr. Presidente: nesta hora e nas horas anteriores, vamos buscar sempre as razões de energia às razões de pugnarmos pela República cada vez mais perfeita, mais pura e mais sagrada, nos princípios que são o motivo da sua existência e que, mais do que as armas, hão-de ser a sua grande defesa.

Apoiados.

Terminando, Sr. Presidente, mando para a Mesa a minha moção, que é a seguinte :

A Câmara dos Deputados, tomando conhecimento dos factos ocorridos em Lisboa nos dias 18 e 19 do corrente e da enérgica conduta dos comandos e das praças de terra e mar na manutenção da ordem pública, louva calorosamente o general comandante da 1.ª divisão, Adriano de Sá, os seus cooperadores e as tropas do exército e da armada que se bateram pela Constituição.- Álvaro de Castro.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Sr. Presidente: de harmonia com as considerações do Sr. Álvaro de Castro, que aceito por com elas concordar, tenho a honra de enviar para a Mesa uma proposta de substituição àquela que há pouco apresentei.

É a seguinte:

Artigo 1.° É confirmado, quanto ao distrito de Lisboa, o estado de sítio, decretado pelo Govêrno, com suspensão das garantias estabelecidas na Constituição da República, artigo 3.°, n.ºs 13.°, 14.°. 15.°, 16.°, 17.° e 18.°

Sala das Sessões, 21 de Abril de 1925.- O Presidente do Ministério, Vitorio Guimarães.

Tenho dito.

Foi admitida.

O Sr. Carvalho da Silva:-Sr. Presidente: sabe V. Exa. e sabe a Câmara que todas as vezes que qualquer movimento se tem dado no nosso país, desde que te mós assento nesta casa do Congresso, por igual temos caprichado em não dizer qualquer palavra que, porventura, posso ir magoar os vencidos.

Não fica mesmo mal - acho até que fica bem - a quem, sem nenhuma responsabilidade ter em qualquer movimento, faz justiça aos que se batem de um e de outro lado.

Eu não posso, contrariamente ao que afirmou - certamente que as palavras lhe atraiçoaram o pensamento - o Sr.