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12 Diário da Câmara dos Deputados

mós serviços que à causa da ordem têm prestado alguns dos implicados no movimento, vítimas até de atentados, porque têm defendido a ordem e porque tem sabido honrar a farda que trazem vestida.

Eu vou ler à Câmara uma carta do Sr. comissário geral da polícia ao jornal A Tarde, jornal êsse que, com certeza, V. Exas. não acusam de estar vendido à finança, como o não está o Sr. comissário geral da polícia.

Nessa carta, diz-se o seguinte:

Leu.

Vozes da esquerda: - O orador está fora da ordem.

O Sr. Presidente: - Peço a V. Exa. a fineza de se cingir ao assunto em discussão.

O Orador: - Estou, Sr. Presidente, dentro da discussão da letra expressa e clara do artigo 2.° da proposta em discussão,.

Vozes da esquerda: - Não está tal. Ordem. Ordem.

O Orador: - Tenho por V. Exa. Sr. Presidente, toda a consideração, mas também lhe peço me conceda o direito de poder discutir esta proposta.

Em nome da defesa da ordem, eu não posso deixar que os legionários, que cometem atentados a toda a hora, se convençam de que tem um direito maior do que os homens que tomaram parte no último movimento revolucionário.

O Sr. Presidente: - Eu não quero coarctar, de maneira nenhuma, os direitos do V. Exa., mas V. Exa. está fora do assunto em discussão.

Apoiados.

Não estão em discussão as atitudes do Sr. comissário geral da polícia, nem os homens da Legião Vermelha.

Vozes da esquerda: - Não pode ser. Não pode sor. Ordem. Ordem.

O Orador: - Eu vou ler a V. Exa., Sr. Presidente, a proposta e demonstrar que o meu único desejo é esclarecer a Câmara sôbre ela. Diz o artigo 2.° o seguinte:

Leu.

Eu, Sr. Presidente, para poder discutir capazmente êste artigo e mostrar à Câmara as consequências desastrosas que podem resultar da sua aprovação, tenho de apresentar diversos factos que demonstram ao que só pode chegar com a aprovação desta lei.

Mas, Sr. Presidente, não querendo de nenhuma forma desrespeitar V. Exa.; embora não concorde, salvo o devido respeito, com a interpretação de V. Exa., eu não continuo a ler a parte do jornal A Tarde que estava lendo quando V. Exa. mo interrompeu.

Sr. Presidente: evidentemente que ao tratar de discutir-se uma autorização desta ordem, eu não posso deixar de exigir do Govêrno que só senta naquelas cadeiras que diga o que concretamente irá fazer com tam lata autorização.

Sr. Presidente: votar uma autorização destas é conceder a um Govêrno um moio para êle exercer violências e perseguições, de maneira a obedecer a interêsses políticos e não aos interêsses do país.

Sr. Presidente: se porventura o actual Govêrno tivesse- boas intenções, e desejasse, na verdade, manter a ordem, nós não negaríamos o nosso voto a esta autorização; mas, não se dando tal, nós não podemos de maneira nenhuma dar-lhe.

Não o podemos fazer tanto mais quanto é certo, segundo disseram os jornais, que S. Exa. o Sr. Presidente do Ministério teve conferencias com o chefe comunista, e desta forma eu dou a S. Exa. o ensejo do desmentir o que disseram os jornais, se é capaz.

Não o desmente, o que me dá mais uma razão para não acreditar que S. Exa. pretende esta autorização para manter a ordem no país e garantir a tranquilidade a todos os conservadores.

O Sr. Américo Olavo (interrompendo): - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Pois não.

O Sr. Américo Olavo: - Parece que há entre nós uma pessoa que não tem direito do falar em falta de defesa.

V. Exa., ainda não há muito, falou aqui em polícia, no comandante da polícia, quando na verdade a única pessoa que anda constantemente guardada é V. Exa.