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Sessão de 22 de Abril de 1925 15

Eu não podia deixar de levantar aqui este assunto, que é da mais alta gravidade (Apoiados), comportando conjuntamente insinuações infames, não contra mim, mas contra o Govêrno, e colocando êste numa situação miserável.

Eu tenho felizmente autoridade nesta hora para falar desassombradamente, porque fui das poucas pessoas que ponderaram ao Sr. Presidente do Ministério achar inconveniente a saída do general Sr. Vieira da Rocha do Govêrno.

Não sei se houve motivos reservados que determinassem, porventura, a atitude do ex-Ministro da Guerra; o que sei e toda a gente sabe é quais foram as declarações feitas ontem aqui pelo Sr. Presidente do Ministério o quais as do Sr. Vieira da Rocha feitas no Diário de Noticias de hoje.

O Sr. Vieira da Rocha, preguntado acerca dos motivos que originaram a sua demissão de Ministro da Guerra, disse o seguinte:

Leu.

Estas declarações são precisamente iguais às do Sr. Presidente do Ministério e parece que, propositadamente, o Sr. Vieira da Rocha se serviu dos mesmos termos.

Nas horas em que estava travado combate o quando tive conhecimento da atitude do Sr. Vieira da Rocha para com o general Sr. Sinel de Gordos, eu tive ensejo de dizer que S. Exa. tinha um passado distintíssimo, era um oficial de cavalaria dos mais ilustres, considerado por Mousinho de Albuquerque como o oficial mais valente do cavalaria; mas se fôsse Ministro com êle seria o primeiro a indicar lhe que não poderia continuar nas mesmas cadeiras do Poder em que eu me assentasse, visto que tinha abusado dos seus colegas introduzindo junto do Sr. Presidente da República um revoltoso categorizado como era o Sr. Sinel de Gordos.

Todavia, aconselhei o Sr. Presidente do Ministério a que conservasse o Sr. Vieira da Rocha na pasta da Guerra e o deixasse vir aqui defender os seus actos, e o Parlamento condená-lo-ia ou absolvê-lo-ia.

É lamentável que, quando todos falam nos propósitos do desviar o exército das lutas políticas, haja um jornal, órgão republicano, que publique uma local desta ordem.

O que aqui se escreveu é da responsabilidade do Partido Republicano Português, porque êste jornal é órgão das comissões políticas dêsse Partido.

O Sr. Sá Pereira: - Em Lisboa!

O Sr. António Maria da Silva: - Quem disso a V. Exa. que as comissões políticas do meu Partido, em Lisboa, têm responsabilidade nisso?

O Orador: - Eu tenho o direito do atribuir a responsabilidade às entidades que O Rebate representa.

Amanhã êste jornal nos dará razão: a V. Exas. e a mim, porque certamente, vendo com mais clareza o alcance que pode ter uma local destas, esclarecerá o seu pensamento e os intuitos que o levaram à publicação da mesma local.

Mas, Sr. Presidente, esta informação é tam destituída de fundamento que, segundo estou informado, só hoje é que chegou ao Ministério da Guerra o processo do Conselho Superior de Promoções relativamente a esta escolha do general.

Há mais ainda. Até agora não intervieram neste processo senão as entidades competentes do Ministério da Guerra, as pessoas que legal e legitimamente o deviam fazer.

O processo é inteiramente de ordem militar e o Sr. Ministro da Guerra tem apenas de conformar-se ou não com o seu parecer, levando a Conselho de Ministros o decreto que lhe é enviado pelo Conselho Superior de Promoções.

A que vêm, pois, insinuações desta natureza?

Não preciso de saber os seus intuitos, mas do que necessito é de pronunciar estas palavras para repelir o que de infame contêm locais como esta.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: - Sr. Presidente: o Sr. Álvaro de Castro, com o direito que lhe assiste, repetiu a insinuação que lhe foi feita. Foz o que faz qualquer pessoa com o carácter de S. Exa. e com as suas responsabilidades.

Mas, Sr. Presidente, não pode de forma nenhuma atribuir-se às comissões de qual-