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20 Diário da Câmara dos Deputados

novo tínhamos voz cá dentro, deviam ser de agradecimento aos nossos colegas pelos votos que fizeram apelo que de amigo, deixo-me V. Exa. dizer assim, representam as moções que votaram.

Sr. Presidente: não vimos, neste momento, trazer a esta Câmara nem um grito de guerra, nem ao menos um exame de factos que de maneira nenhuma queremos apreciar em termos que da nossa apreciação possa resultar, para alguém, em pretexto ou uma justificação.

É legítimo, Sr. Presidente, que homens que tem assento nesta Câmara, ao ser preso o seu leader, aquele que é, pelo que respeita à representação parlamentar dês-te Partido, o seu chefe, é legítimo, repito, que viessem erguer a sua voz contra isso que reputam uma violência, e que, de facto, se provará não ter sido ura. procedimento legal.

Sr. Presidente: bem sabemos que não são os nossos votos que podem pesar na resolução que, porventura, seja tornada, visto que somos bem poucos em relação àqueles que hão-de votar; é, Sr. Presidente, a uma imposição da nossa consciência que cedemos, é um dever que temos do cumprir, dever de solidariedade que devemos a correligionários, dever tanto maior quanto é certo que a acusação que pesa sôbre êsses correligionários, um dos quais o nosso leader, é absolutamente infundada.

Sr. Presidente: eu não precisava para mim mais do que a palavra de honra dada pelo Sr. Cunha Leal. Conheço-o muito bem, conheço-o suficientemente para saber que S. Exa. é incapaz de servir-se de uma mentira, e menos ainda de subscrever essa mentira com a sua palavra de honra, para se eximir a quaisquer responsabilidades!

Nunca, até hoje, ninguém lhe negou o carácter e a coragem!

Sr. Presidente: é impossível provar-se um facto que nunca se deu.

O Sr. Cunha Leal não esteve, de facto, na Rotunda.

O Sr. Cunha Leal não sabia do movimento, não tinha qualquer função no movimento revolucionário.

Mas, Sr. Presidente, se a violência existe pelo que respeita ao Sr. Cunha Leal, essa violência não tem nome pelo que respeita ao Sr. Garcia Loureiro.

Não há - ouvi-o dizer a um membro da comissão que acaba de apreciar êsse processo e de emitir o seu parecer - não há o mais pequeno indício contra o Sr. Garcia Loureiro.

Sr. Presidente: não quero apreciar as razões que determinaram essas capturas; inclino-me até a que elas são resultado de excesso de zelo, feitas sem ordem para as fazer.

Não acredito que alguém tivesse dado essas ordens de prisão, sobretudo alguém que tenha a responsabilidade do seu nome e da sua situação.

Sr. Presidente: vai a Câmara decidir sôbre a situação dêsses dois nossos correligionários.

Quero acentuar:

Não houve nas palavras que até aqui proferi, não haverá nas palavras que hei-de proferir ainda, uma sombra que seja de violência ou de insinuação que consinta a alguém ver na nossa atitude outra cousa .que não seja isto: o cumprimento do nosso dever.

Sr. Presidente: deve ser doloroso para o Sr. Cunha Leal estar preso sem ter praticado actos que essa prisão autorizem, mas é mais doloroso ainda que se avolumem, que se faça crescer à sua roda a atoarda que se espalhou e criou.

Para quê, Sr. Presidente, e dar-lhe uma responsabilidade que S. Exa. não tem?

Para quê, Sr. Presidente, inventar um crime que S. Exa. não praticou, inventar um acto que é facílimo demonstrar que S. Exa. não praticou, até mesmo pela afirmação de um dos meus ilustres colegas nesta Câmara, que era seu hóspede nesse dia?

Eu sei, Sr. Presidente, que o Sr. António da Fonseca não terá dúvidas, em qualquer ocasião, de afirmar que, sendo hóspede do Sr. Cunha Leal, sabe que êle não saiu de casa no dia da revolução. E não tendo saído, êle não podia ipso facto ter ido à Rotunda!

Sr. Presidente: não me consta também que a Rotunda fique para os lados do Arco do Cego. O Sr. Cunha Leal, saindo de sua casa, dirigia-se para os lados do Arco do Cego, e o Arco do Cego é, precisamente, o lado oposto à Rotunda.

Eu não insisto, Sr. Presidente, por aquilo que respeita ao Sr. Garcia Lou-