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16 Diário da Câmara dos Deputados

quer partido a responsabilidade do qualquer local.

Atribuir-se tal responsabilidade não faz sentido, e o Sr. Álvaro de Castro, que conhece perfeitamente a técnica dos jornais, compreendo muito bom qno não é fácil estarem as comissões políticas em assemblea geral constante para apreciar se esta ou aquela local deve ou não ser publicada.

Dirige o jornal referido um velho republicano, e eu estou convencido de que êle dará aquelas satisfações, a que de resto é obrigado, porque não se deve viver em nenhum partido fazendo insinuações seja a quem fôr, especialmente desta natureza.

E já que êste caso veio à discussão, quero dizer ao Sr. Álvaro de Castro que fui companheiro de infância e companheiro de liceu do Sr. general Vieira da Rocha, conhecendo, portanto, o sou carácter, o seu amor à República, emfim, as suas nobilíssimas virtudes, e que deploro com grande sentimento o facto de S. Exa. ter abandonado a pasta da Guerra.

Não tenho a mais pequena dúvida de que se mantêm íntegras as qualidades do Sr. Vieira da Rocha.

Lamentável foi o equívoco, mas não queiram transformá-lo em insinuação, numa hora em que é preciso ter a noção do dever a cumprir.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Plínio Silva: - Sr. Presidente: pelo aspecto grave e delicado que reveste o assunto levantado pelo Sr. Álvaro de Castro, a propósito da local inserta no jornal O Rebate, e parecendo-me que não se fizeram as preguntas necessárias para que o assunto possa ser suficientemente esclarecido, eu entendo que alguma cousa devo dizer também.

Em primeiro lugar, não tenho dúvida em prestar homenagem às comissões políticas do meu partido, em Lisboa, porque conheço o carácter e a dedicação republicana de grande número delas.

Não tenho dúvida em reconhecer os seus alevantados propósitos, o seu -espírito republicano e o seu patriotismo, e, assim - estou certo - elas serão as primeiras a lamentar a insinuação que se faz ao Sr. Álvaro de Castro, que ainda há poucos dias soube tomar uma atitude que mereceu o aplauso do Partido Republicano Português o de todos os republicanos.

Muitos apoiados.

Nós não podemos esquecer que numa hora incerta para o regime S. Exa. tomou, perante o Congresso do Partido Republicano Português realizado no Liceu Camões, uma atitude que o tornou credor da simpatia e admiração dêsse partido. O próprio Rebate prestou homenagem a essa atitude.

Mas, Sr. Presidente, o que é de lastimar - afirmo-o com profunda mágoa - é que haja tanta falta de cuidado, tam pouco sentimento das responsabilidades por parte daqueles homens que, ocupando posições elevadas na vida da República, parecem não possuir a energia bastante para actuar nos momentos precisos, e que, existindo a censura à imprensa, se tivesse permitido a publicação da local em questão no jornal O Rebate, local que só pode ter o ruim objectivo de estabelecer a discórdia entre os republicanos.

Sr. Presidente: termino fazendo votos, os mais sinceros, por que se presto a máxima atenção a tudo quanto se está passando depois da revolta, porque é possível que as suas consequências sejam bem piores.

Espero, por isso, que o Govêrno esclareça o assunto, tanto mais que alguns dos seus membros não têm escondido a sua repulsa pelo que se passa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Sr. Presidente: muito poucas palavras porque não desejo concorrer, de qualquer forma, para o que se está passando.

Antes, porém, de me referir ao assunto para que fui chamado, permita-me a Câmara que eu patenteie a minha maior estranheza por ver protelar a discussão duma proposta da gravidade daquela que apresentei ao Parlamento e ainda a poucas horas dum movimento revolucionário contra a República, proposta que j á devia estar aprovada em ambas as Câmaras, mas cuja discussão se arrasta ainda nesta.

Apoiados.

É preciso colocar a questão com clareza e a Câmara tem de definir a sua ati-