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8 Diário da Câmara dos Deputados

funcionários portugueses, que não têm onde os mandar a educar senão na vizinha Hong-Kong.

É aí recebem no espírito a semente que para toda a vida fica, fazendo lhes esquecer a Pátria e aquilo que do benefício podiam dela receber na alma, durante a época em que o espírito é mais maleável o fixa para sempre as impressões que lho são dadas!

Por êstes motivos cuidei de facto e a sério na organização do colégio, E, ao mesmo tempo, visto que as obras do porto iam. começar pela exploração dumas pedreiras numa ilha que estava infestada pelos piratas e me foi pedida a protecção precisa para os operários que ali trabalhavam e ainda mais porque os laudins, êsses magníficos soldados (Apoiados), viviam numa situação do verdadeiros desterrados, metidos no meio de Macau, odiados mesmo pela sua decisão o valentia, eu entendi que êstes deviam ser transferidos para a ilha referida e instalados tanto quanto possível pela forma, pelos usos e costumes seus.

Aqui tem V. Exa., Sr. Presidente, e a Câmara, o grande crime que fez o governador de Macau, demitido, entregando o colégio a quem de direito pertencia para que lá fosse dada a educação feminina necessária.

Eu não fiz somente isso, Sr. Presidente: apresentei uma proposta para que fôsse inscrita uma verba suficiente para a construção de um colégio digno da nossa situação no Extremo Oriente, na qual pudessem entrar os filhos dos portugueses residentes no Extremo-Oriente.

Não é só com palavras que se pode educar; o esta, Sr. Presidente, foi a razão por que enviei para o Ministério das Colónias a proposta a que me acabo do referir o que, podendo na verdade ser considerada de romântica, tinha no emtanto a meu ver um fim útil.

Passarei agora, Sr. Presidente, a referir-mo à série de arguições apresentadas pelo Sr. Ministro das Colónias.

Disse, Sr. Presidente, o Sr. Ministro das Colónias que Mo tinha ido para aquele lugar, aceitando o, com a imposição de não proceder contra qualquer partidário, desde que tivessse razões para o fazer, orgulhando-se muito com o apoio que lhe era dado pelo Sr. Presidente do Ministério.

Ora, Sr. Presidente, eu creio que não haverá ninguém adentro desta Câmara que fôsse capaz do aceitar semelhante lugar com tal condição, pois que isso seria na verdade monstruoso.

Não creio, Sr. Presidente, que possa haver alguém que aceitasse semelhante situação.

Referiu-se também S. Exa. a uma mensagem que tinha aparecido no seu gabinete, sôbre aquilo que se tinha passado na colónia em 1 de Setembro de 1924, quando eu tinha de lá saído em 16 de Junho dêsse ano.

Êsse documento, segundo S. Exa. disse, apareceu no seu Ministério, não lhe tendo sido entregue pelas vias locais, isto é pelas vias que S. Exa. desejava que o governador do Macau aproveitasse e seguisse. S. Exa., porém, mio teve dúvida em o trazer aqui à Câmara, dizendo que o contrato feito pelo governador demitido em relação ao ópio tinha sido fortemente ruinoso para a colónia.

E como não houve possibilidade de verificar o preço, naturalmente aconteceu o concessionário apresentar os seus preços cada vez mais elevados, razão pela qual o rendimento do ópio baixou quási a zero.

Sr. Presidente: não entra aqui, no Parlamento, quem quere, e, por isso, os documentos para serem citados precisam de vir com a indispensável autenticidade. Todos poderiam ter-se servido dessa amável informação, menos quem momentos antes acusara o ex-governador do Macau de não se aproveitar exclusivamente das vias oficiais. Eu podia, portanto, recusar-me a responder a uma tal arguição, mas não o quero fazer porque ainda mo não esqueci da declaração que inicialmente fiz, do que queria tudo, absolutamente tudo, esclarecido, para que o Parlamento, inteirado dos factos em todos os seus pormenores, pudesse fazer um consciencioso julgamento...

O Sr. Ministro das Colónias (Correia de Silva): - V. Exa. parece não se lembrar do eu ter dito, ao ler êsse documento, que era possuidor das actas que inteiramente o confirmam.

O Orador: - Agradeço a interrupção de V. Exa. Do facto, de Macau veio ex-