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Sessão de 11 de Junho de 1925 15

É uma espinha, que o partido tem de engulir, o Sr. Rodrigo Rodrigues.

O Parlamento quis ocupar-se da questão para a salvaguardar.

O que fez o Sr. Ministro das Colónias?

Pegou na sua dignidade e levou-a para o Congresso do Partido Democrático.

O Sr. Ministro das Colónias (Correia da Silva): - Eu não levei questão nenhuma para o Congresso.

O Orador: - Levaram-na os outros.

S. Exa. já tinha escolhido o Parlamento, como único tribunal competente para derimir a questão.

O Sr. Ministro das Colónias (Correia da Silva): - E no Parlamento tenho comparecido todos os dias.

O Orador: - Mas o Sr. Rodrigo Rodrigues evaporou-se!

O debate político, que era considerado como suprema cousa a ocupar a atenção da Câmara, foi interrompido em holocausto à dignidade do Sr. Ministro das Colónias, e agora vem o Sr. Presidente do Ministério, o máximo dos máximos, ou não tivesse êle detido o máximo dos votos no congresso do seu partido - chorai, afonsistas! - antepor, ou, melhor, intercalar no debate político, uma nova questão que é, na opinião de S. Exa., a da emenda de um êrro da Repartição de Contabilidade do Ministério das Finanças!

Como esquecidos estamos do velho princípio, segundo o qual nada se deverá discutir, emquanto se não discuta qualquer questão de confiança que haja sido posta!

Então nós vimos aqui com risco da nossa rica liberdade, com risco de sermos amanhã alcunhados do conspiradores, com risco de apanharmos um tirozinho, e, chegados aqui, atiram-nos à cara com um êrro do Ministério das Finanças?

Depois da questão política, vamos então discutir esta, êste êrro, para saber quem é o responsável. Depois saberemos quem é que meteu no saco 30:000 contos.

Quem foi essa notabilidade?

O director geral da contabilidade, não foi, e ninguém o crê.

O Sr. Vítorino Guimarães que o diga, o máximo na confiança do partido, o maximum maximorum nas apreciações politicas do país, e que tem a confiança dêste e das ilhas adjacentes.

O Sr. Hermano de Medeiros (interrompendo): - Não, isso não.

Risos.

O Orador: - V. Exa., Sr. Presidente do Ministério, é um homem muito estimado.

Parece que V. Exa., embora tenha andado a fingir de "canhoto", é dos "canhotos" e ao mesmo tempo dos "bonzos".

Se é "canhoto", defina a sua posição.

Quem é que sustenta os senhores?

Somos nós?

São os "canhotos"?

São os "bonzos"?

Ninguém o sabe...

Então V. Exa. de nada quere saber, e apresenta-nos uma proposta para remediar os erros do Ministério das Finanças?

Não estou de acordo.

Vamos tratar da questão política, primeiro.

Vamos triturar o máximo dos máximos para ver se dá farinha de "bonzos" ou farinha de "canhotos".

Esta farinha deve ser como a outra da Portugal e Colónias: urna farinha com gesso à mistura.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Se não fôsse a minha dedicação constante pelo regime parlamentar, se porventura tivesse vontade de condenar êste Parlamento, nunca, como neste momento, eu teria melhor ocasião para isso.

Apoiados.

Na ocasião em que se apresenta uma proposta que o Presidente do Ministério diz que é para poder pagar ao funcionalismo do país, quer civil, quer militar, pede-se a palavra sôbre o modo de votar e fala se de tudo, menos da proposta, e até, sem vir a propósito, se fala no congresso partidário.

Apoiados.

Nesse congresso houve a caracterizá-lo, e é por isto talvez que se fala nele, o que em outros não tem havido: foi delicado para com todos os partidos.