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Sessão de 26 de Junho de 1925 23

sido prejudicada pela discussão de outros assuntos de interêsse nacional, de maior importância, poderia haver uma certa justificação, mas não, à. Câmara sabe bem o que se discutiu durante todo um longo tempo. Pode dizer-se que de útil apenas se tratou da questão do financiamento de Angola.

Uma voz: - E a questão dos fósforos.

O Orador: - Também essa, mas, propriamente dêste Govêrno, votou-se unicamente a proposta sob financiamento de Angola.

A propósito desta proposta apresentada pelo Govêrno, e relativa a duodécimos para sois meses, disse-se que melhor fora que essa proposta sã referisse a um ano.

Devo declarar que não teria dúvida alguma em o ter feito se a legislatura não terminasse êste ano - e com que mágoa o digo! - porque tenho a certeza absoluta de que passaria ainda o ano económico de 1925-1926 em duodécimos.

Mas, Sr. Presidente, em 2 de Dezembro tem de reunir p novo Parlamento o é provável que êsse Parlamento em questões financeiras tenha outra orientação e queira fazer um esfôrço grande, patriótico e republicano, para habilitar o País com o sou Orçamento.

Eis a razão da minha proposta ser relativa somente a seis meses.

Não acredito, torno a afirmá-lo, que o Orçamento se possa votar ainda mesmo com a aprovação da proposta do Sr. Sá Cardoso, que parece trazer uma grande simplificação à discussão do Orçamento, visto mandar fazer essa discussão por capítulos.

Sabem V. Exas. quantas discussões de capítulos terá de haver?

São 207 os capítulos; quere dizer, são 207 votações, além das votações sôbre todas as alterações que se apresentarem.

Mas é preciso também que o Parlamento se lembre do que não pode de maneira nenhuma paralisar a vida administrativa do Estado.

O governo podia ter trazido mais propostas ao Parlamento. Mas para quê?

Só conseguiria que a ordem do dia fôsse ainda mais longa, tivesse ainda mais números, porque lá viria um negócio urgente, lá viriam todos êsses incidentes que são da vida parlamentar diária, e a discussão dessas propostas governamentais nunca se efectuaria.

Efectivamente, temos de reconhecer a nossa impossibilidade absoluta de trabalhar.

Sr. Presidente: sou antes de tudo um parlamentar, tenho muita dedicação pelo Parlamento, e podem V. Exa. crer que não é com prazer que faço estas afirmações, mas, digo estas palavras, porque a minha consciência e as responsabilidades do meu cargo a isso mo obrigam.

Oxalá que as palavras que neste momento profiro alguma cousa consigam e que o Govêrno que me vier substituir encontre melhor acolhimento, melhor cooperação do que eu, do maneira a resultar mais útil, mais profícua e mais vantajosa a sua acção.

Sr. Presidente: foram feitas aqui várias críticas à forma como a questão foi apresentada; mas quero-me parecer que, dada a orientação que as cousas têm tomado, não é agora ocasião do mo preocupar a responder a cada uma das afirmações aqui feitas. O que era preciso era pôr esta questão, de maneira categórica e iniludível.

Não ficarei mal disposto com a resolução da Câmara em não aceitar o ponto do vista do Govêrno.

Há, efectivamente, uma luta de dois critérios.

Há a luta dos princípios, do respeito às afirmações feitas, e que é pena tam tarde terem acordado. E, se efectivamente a Câmara quer e trabalhar dia e noite para dotar o País com um orçamento digno dêsse nome e com as outras leis de que o Govêrno necessita, então acho que muito bem procede a Câmara.

Mas, Sr. Presidente, dentro do Ministério soa descrente neste ponto; e como não acredito nessas afirmações ponho-me dentro do campo prático no que é útil e pode servir ao Govêrno e dar-lhe os meios indispensáveis de vida.

Eram estas as afirmações que tinha a fazer.

O Govêrno faz questão de confiança da aprovação da proposta que apresentou.

Tenho dito.

O orador não reviu.