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16 Diário da Câmara dos Deputados

para, naturalmente, quando chegar a altura de lhos pedirem os impostos, a fim de se pagarem as despesas escandalosas que aqui se não querem discutir, virem então apresentar o seu protesto.

No emtanto, agora vai tudo no melhor dos mundos possíveis. Aã suas associações e a sua imprensa nada dizem. Que tremendas responsabilidades são as dos elementos que dirigindo as associações das torças económicas, nada dizem contra o que actualmente se esta passando nesta casa do Parlamento.

Eu não posso deixar de considerar bastante estranha a atitude dessas colectividades que nós aqui temos defendido sempre, sem representarmos nenhuma espécie de comédia.

Sr. Presidente: está em discussão uma proposta pela qual, como há pouco frisei, e, como a Câmara já aprovou, nem sequer se podem discutir as escandalosas desposas dos Orçamentos de Estado em tudo que diz respeito ao funcionalismo.

Nesse assunto nem sequer se pode tocar, Continua o mesmo regabofe, entendendo a Câmara que isso não deve ter discussão.

As desposas que estão, continuam; e o que se pode fazer é aumentá-las ainda mais.

Peço à imprensa que tome nota dêstes factos, para que não se possa alegar que as associações económicas têm desconhecimento do que aqui se passa, e daqueles que se levantam para as defender sinceramente.

Propõe-se, neste número, que haja sessões nocturnas, como se nós não soubéssemos já o que essas sessões dão!

Sr. Presidente: para os Srs. Deputados da maioria o Orçamento não tem importância absoluta monto nenhuma, e as únicas cousas que os preocupam são o aumento da circulação fiduciária, empréstimos e impostos.

Quando o ano passado discutimos a proposta do Orçamento e afirmámos que o déficit era superior a 500:000 contos, vários Srs. Deputados da maioria, entre os quais o Sr. Manuel Fragoso, levantaram-se indignados, dizendo que nós apenas estávamos a fazer uma especulação política. Verificou-se depois que o déficit era muito maior do que nós supúnhamos.

Sr. Presidente: quando ontem êste lado da Câmara lenibiou que o Sr. Ginestal Machado tinha declarado que aprovava os Orçamentos, e que demonstrava haver um acordo entre a maioria e a minoria nacionalista, S. Exa. disse que não era bom assim, porque as aprovava mas depois de ter incidido sôbre êles uma larga discussão. Afinal, Sr. Presidente, a minoria nacionalista abandonou completamente esta proposta, e deixou-nos sós na defesa dos bons princípios.

Ainda, Sr. Presidente, acaba do ser enviada para a Mesa, pelo Sr. Velhinho Correia, uma nova proposta, proposta verdadeiramente espantosa, e que é assinada por vários Srs. Deputados, entre êles o Sr. António Maria da Silva, actual Presidente do Ministério, alguns Deputados católicos e "canhotos".

O Sr. Presidente: - Lembro a V. Exa. que u proposta a que está fazendo referência ainda não está em discussão.

O Orador: - Desculpo-me V. Exa. mas eu não estou propriamente a discutir a proposta.

Sr. Presidente: ao ser apresentada a proposta do Sr. Jaime do Sousa, tirei a conclusão de que pode até ser aproveitada por alguns Deputados da maioria.

E bom notar uma outra cousa: é que os Srs. Deputados da maioria entendem que os assuntos que aqui se discutem não necessitam ser estudados. E tanto não necessitara de ser estudados, que podemos passar aqui os dias e as noites, o que na verdade está perfeitamente de harmonia com a doutrina expendida nesta Câmara pelo actual Sr. Ministro da Agricultura o Sr. Tôrres Garcia, que aliás é uma pessoa habituada a estudar os assuntos que discuto, e que já uma vez aqui nesta Casa do Parlamento sustentou que a discussão dos Orçamentos tinha, apenas um valor moral, isto é, apenas para lá fora se sabe que estavam votados.

Neste ponto estou inteiramente convencido do que o Sr. Tôrres Garcia sôbre êle, como em muitos outros casos - honra lhe seja feita - já tem uma opinião inteiramente diversa.

Estou absolutamente convencido, Sr. Presidente, de que o Sr. Tôrres Garcia neste assunto dos Orçamentos já não