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Sessão de 15 de Julho de 1925 9

nistro da Instrução de que a sua proposta não foi apresentada no melhor momento.

De facto, alguns parlamentares e eu, por um excesso de amabilidade do Sr. Reitor da Universidade do Lisboa, tivemos ocasião de visitar as Faculdades de Letras o de Direito e vimos que elas estão vergonhosamente instaladas.

Os Deputados que fizeram essa visita viram que há aulas que deveriam ter 120 alunos e que não comportam mais de 30 a 40, o que obriga os professores a reconhecer a necessidade dos cursos livres. E os cursos livres são a liberdade
dos professores não ensinarem, e a liberdade dos alunos não aprenderem.

Mas em Lisboa há um instituto, criação do Govêrno Provisório, que está ainda mais vergonhosamente instalado: é o Instituto Superior Técnico.

Apoiados.

Se V. Exas. se derem algum dia ao fácil trabalho de visitar o Instituto Superior Técnico, hão-de ficar admirados de que os professores nestas condições consigam habilitar duma forma proficiente os seus alunos.

Se há ensino em Portugal que devesse merecer o carinho dos governantes, a meu ver êsse é precisamente o ensino técnico. Impõe-se absolutamente uma reforma do ensino, dando ao ensino técnico a atenção que lhe é devida.

Foi assim que o Govêrno Provisório creou o Instituto Superior Técnico e, ao mesmo tampo, em condições especiais, para o desenvolvimento da matéria dada nesse estabelecimento, o Instituto Superior do Comércio.

O Instituto Superior do Comércio está instalado sofrivelmente, mas não tem um laboratório, o que é bem lamentável.

^Como se pode ser professor a valer em tais condições?

Interrupção do Sr. Ministro da Instrução que se não ouviu.

O Orador:-Mas muito mais faria e deveria fazer se tivesse material.

Não o tem; era necessária neste momento qualquer verba para prover às condições do Instituto Superior Técnico, que não deve esquecer-se, para a render somente a Universidade do Lisboa e as Faculdades de Letras e de Direito.

Parece-me ser uma injustiça flagrante e um grave êrro de administração.

Apoiados do Sr. Ministro da Instrução.

Desejava que S. Exa. visitasse o Jardim Colonial de Lisboa. E apenas uma tentativa o Jardim Colonial.

Nós, que somos um país colonial, não temos um jardim colonial, como é necessário ter. O jardim colonial não tem estufas, não tem cousa alguma que justifique a sua denominação - absolutamente nada.

No emtanto há uma proposta para os Jardins Botânico de Lisboa e de Coimbra, e é lamentável que se deixe no esquecimento o jardim colonial que não tem, repito, absolutamente nada,

Quere dizer que me parece que, realmente, nós estamos, e S. Exa. é que sabe, no caso de poder gastar dinheiro à larga?

Então faça-se uma obra de conjunto.

Interrupção do Sr. Ministro da Instrução, que se não ouviu.

Distribuamos, segundo as necessidades, as verbas necessárias.

Mas dada a nossa penúria, que suponho existe, parece-me um êrro de administração o que se pretende fazer.

E preciso auxiliar-se o Instituto Superior Técnico e o Jardim Colonial, - para o que chamo a atenção do Govêrno.

Apenas falei para justificar o meu voto.

O Sr. Ministro da Instrução, cuja inteligência há muito admiro e reconheço, não podia fazer uma obra de habilidade, que não podia exigir-se da parte de S. Exa.

Pode dar-se o caso, porém, de que, sendo, aprovado o artigo 8.°, êle deva ser remodelado e a verba reforçada.

E isto não se evitará por mais habilidades que o Sr. Ministro da Instrução tenha querido arranjar.

O Sr. Cunha Leal: - A Câmara não pode deixar de fazer isso.

Tem de aumentar verbas...

Interrupção do Sr. Ministro da Instrução, que se não ouviu.

O Orador: - Não é indiferente a professores habilitados que há em Portugal e têm ido ao estrangeiro, e professores estrangeiros que têm visto Portugal, não é indiferente a existência destas verbas.