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16 Diário da Câmara dos Deputados

dirigentes e pelas invalidados dos reformadores encartados, que estão sempre à espera de oportunidade, porque andam grávidos desde que nasceram.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Foram aprovadas, as emendas ao capitulo 4.° e o capitulo 4.°, salvas as emendas.

Entra em discussão o capitulo 3.°

O Sr. Ministro da Instrução (Santos Silva): - Sr. Presidente: mando para a Mesa uma proposta de emenda ao capítulo 5.°

Será publicada esta proposta quando sôbre ela xe tomar uma resolução.

O Sr. Cunha Leal: - Sr. Presidente: eu lamento que a palavra mo tenha vindo, para me ocupar dêste assunto, no momento em que a confusão dos espíritos e as paixões políticas sobrelevam o que vai discutir-se.

A propósito do capítulo 5.° do orçamento do Ministério da Instrução o sr. relator fez afirmações, exprimiu palavras que não servem para prestigiar o Parlamento.

Apoiados.

O Parlamento não é uma instituição de garotos, cuja função seja a de apedrejarem, aqueles que trabalham e que representam qualquer cousa de útil na sociedade portuguesa.

O Sr. Tavares Ferreira apedrejou os professores da Universidade de Coimbra, e quási fez levantar suspeitas, não sei a que propósito, sôbre o carácter e honestidade deles.

O Sr. Tavares Ferreira misturou uma irritante questão política com aquilo que deveria ser a serena discussão de um orçamenta.

Apoiados.

Mal vai para os países que assim procedem, mal vai para os países que onde vêem uma superioridade sentem logo a necessidade intuitiva de a apedrejarem; então, nós realizamos aquele critério democrático de ceifar as cabeças, demasiadamente altas para assim nivelarmos tudo o estabelecer a igualdade.

Dentro de uma democracia não é êsse o critério que se deve seguir, mas o contrário, e a República tem o dever de respeitar os professores que trabalham, do os acarinhar o de os animar, em logar de os desanimar por acusações e suspeitas.

Apoiados.

É preciso que o Sr. Tavares Ferreira, que mo dizem ser um excelente director de uma escola normal primária, saiba que há estabelecimentos de ensino superior que honram o País e que um deles é a Universidade de Coimbra.

Apoiados.

É preciso conhecer o que tem sido o silencioso esfôrço dos professores que querem nivelar o ensino dessa Universidade com o dos melhores institutos estrangeiros, para se lhes fazer a consagração que êles merecem.

Hoje o ensino lá não é o que era há dez anos; a República conseguiu fazer uma grande obra do reforma no ensino universitário, e não precisou para isso do gastar tanto dinheiro como com os pavilhões do Rio de Janeiro ou com os Bairros Sociais.

Apoiados.

Tem sido êste o trabalho obscuro das pessoas que não precisam para a sua celebridade de vir aqui ao Parlamento apedrejar aqueles que trabalham.

Mas vejamos como começa a análise do capítulo 5.° do orçamento.

Diz o parecer:

Leu.

Sôbre êste capítulo também alguma cousa há que corrigir.

E começa então o ataque formal à Universidade- de Coimbra, dizendo-se que ela se tem administrado mal, e até pretendendo-se lançar ridículas suspeitas sôbre a honorabilidade das pessoas que têm estado à frente daquele estabelecimento de ensino!

Fazem-se, assim, acusações, para concluir que as verbas - que não chegam para cousa alguma - ainda se podem reduzir, e diz-se que se a Universidade tem gasto mal o seu dinheiro é preciso reduzir-lho a dotação, porque, se se tivesse administrado bem, devia ficar com saldos.

Devo explicar que a Universidade de Coimbra foi vítima duma verdadeira ofensiva do Conselho Superior de Finanças. Quando foi decretada a autonomia daquele estabelecimento de ensino, deliberou-