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18 Diário da Câmara dos Deputados

E ou digo isto com tanta mais autoridade, quanto é certo ter ali recebido, quando fui reitor, várias pessoas sem qae o Estado tivesse gasto com isso 5 réis que fôsse.

Apoiados.

Continua, a ler:

Mas, então, o Sr. Tavares Ferreira ignora que ali se fazem as cartas criminológicas?

Certamente que não, mas o prazer de enxovalhar era tanto, que escreveu isto:

Leu,

Até aquilo que é absolutamente legal é preciso trazer para aqui, para atirar pedradas de garoto ao nosso primeiro estabelecimento de ensino, onde se trabalha honradamente.

Mas ainda na1 o pára aqui a intenção desprimorosa dêste apedrejamento de tudo e do todos.

É sabido que os reitores das universidades devem ter, além dos seus vencimentos, água, lenha, electricidade e transportes.

A frente da Universidade de Coimbra estava uma das individualidades da República, mais notáveis pela sua hombridade de carácter, o Sr. Dr. António Luís Gomes, republicano de velha data.

Apoiados.

Mas é preciso patentear bem êste escândalo de 27$. :

Apoiados.

É preciso demonstrar que é uma loucura ser honrado.

Apedrejar quem não recebeu cinco réis de vencimento, quem não gastou nada ao Estado e pelo contrário por meio de uma subscrição conseguiu 1.000$.

Seis sabonetes! Esponjas 48$!

Com isto é um homem apedrejado em Portugal.

Apoiados.

Mobília de luso: um conto e tanto.

O Sr. Tavares Ferreira precisa ir à Universidade do Coimbra aprender lições de boa administração e defesa dos interêsses do Estado.

Apoiados.

O Sr. Tavares Ferreira cortou os assistentes, cortou o porteiro.

O Sr. Tavares Ferreira quere que quando o reitor tiver que receber qualquer entidade do mundo scientífico, que ela seja anunciada por uma criada de avental branco.

Porquê? Visitou por acaso já o Sr. Tavares Ferreira a biblioteca da Faculdade de Letras ?

Saberá por acaso S. Exa. que é ela uma das mais ricas da Universidade, porque herdou a anterior biblioteca do Colégio de S. Pedro o que ela está instalada modelarmente devido aos trabalhos do seu conservador?

No emtanto S. Exa. permite-se cortar várias verbas.

S. Exa. vai a todas estas verbas e corta-as implacàvelmente.

E o que sabe S. Exa. sôbre as necessidades do ensino?

Porque cortou S. Exa., por exemplo, verbas para gratificações por acumulação de serviços, regência de aulas e exames?

Ignora S. Exa. que a Universidade de Coimbra, lutando com deficiência de pessoal, tem por vozes de acumular serviço aos seus elementos componentes?

Não sabe S. Exa. que esta verba ao fim de 2 ou 3 meses está esgotada?

E, se assim é, com que direito se pretende reduzi-la ainda mais?

Nas Faculdades, nos Institutos, revistas que vêm de 80, de 100 ou mais anos, não podem estar completas porque não ha verba para as comprar. E não se podem assim detalhar riquezas botânicas, zoológicas, etc.

Duplicar a verba para fazer face a êstes encargos não seria demais.

Mas então há um relator qualquer que para fingir que quero fazer economias vem propor ainda uma redução nessas verbas?

Mas suprimamos então a Universidade. Haver ensino superior e não lhe dar condições de vida para ser útil ao País, esquecer-se a gente que é de uma boa existência do ensino superior que pode derivar a existência de um bom ensino secundário e primário, é esquecer também que há economias que só prejudicam e que esta é uma delas.

Em vez de redução, eu entendo mesmo que é do meu absoluto dever propor aumento.

Sei que êsse aumento teria de ir muito longe, mas infelizmente não é possível fazê-lo nestas condições.

Consubstanciando, pois, os meus pontos de vista, vou mandar para a Mesa uma