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Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 23

entende ser sua obrigação lembrar, como é lógico, que também tem a sua existência e que está preparado para bem servir a República, e assim manifesta claramente o propósito de a servir nos termos em que sempre se tem condicionado, nos termos de bem. a servir.

Não vale a pena estar a alargar-me em considerações.

O Govêrno tem votos que o apoiem? Fica; é natural.

O Govêrno não tem votos que o apoiem?

É natural que dê o seu lugar a quem o possa ir substituir.

Disse outro dia, e repito, porque disse alguma cousa, que se reconhecia que não pode um regime viver com um Partido apenas. Não pode um regime viver a cansar uma das fôrças em que se apoia, sem valorizar a outra, que a pode substituir.

Se a fórmula do Sr. Presidente do Ministério é aquela que já tenho visto apregoar, de fortalecer os Partidos da República, estou convencido de que o Sr. Presidente do Ministério ficará até com pena de também não poder votar a nossa moção, apesar de que não sou das pessoas que dão muita importância a êste desejo do Sr. Presidente do Ministério.

Calculo que para S. Exa. o fortalecimento das fôrças da República consiste porventura em consolidar-se bem dentro do seu Partido, atirando para fora dele com aqueles que porventura não o deixam consolidar-se melhor.

Eu disse há pouco que o Sr. Presidente do Ministério era o maior perturbador da política portuguesa. Para o demonstrar não tenho que limitar os exemplos que posso procurar àquilo que neste momento se passa. Lembro-me de que quando aqueles que depois formaram o Partido Reconstituinte saíram do Partido Democrático, para o facto de algum modo contribuiu o Sr. Presidente do Ministério; lembro-me de que quando algum tempo depois um outro partido sentiu efeitos de outra scisão, alguma cousa para isso contribuiu o actual Presidente do Ministério. Ora o fortalecimento das fôrças da República feito por êste processo pode ser realmente muito vantajoso para a República, mas essas vantagens são apenas vistas pelo Sr. Presidente do Ministério porque se demonstram perfeitamente ao contrário.

Sr. Presidente: não quero alongar um debate que já está de si esclarecido; pode dizer-se mesmo que êste é pouco mais do que a continuação daquele que ainda há poucos dias foi feito. De resto, o nosso modo de ver e de votar está firmado na moção que tive a honra de enviar para a Mesa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

É admitida a moção.

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: tendo ouvido com a maior atenção os Srs. Deputados que usaram da palavra neste debate, começo por dizer a V. Exa. e à Câmara que a moção que acaba de ser enviada para a Mesa pelo Sr. Pedro Pita não pode de nenhuma maneira e na sua totalidade merecer a nossa aprovação. Dir-se-ia que a moção fora redigida para que não a pudessem votar todas as oposições; pelo menos êste lado da Câmara não lhe dará o seu voto. Dir-se-ia, mas longe de mim levantar tal suspeição, que ela fora redigida pelo Sr. António Maria da Silva.

Risos.

Não concordamos com a moção, em primeiro lugar porque não nos metemos nas lutas partidárias do regime e só nos preocupam os interêsses nacionais ...

O Sr. Francisco Cruz (interrompendo): - Quanto pior, melhor; não é assim?

O Orador: - Eu direi a V. Exa.; é sempre pior com V. Exas.!

O Sr. Francisco Cruz: - Para V. Exas.

O Orador: - Não, para o País; e como V. Exas. vão ver, pela moção que vou ter a honra de enviar para a Mesa, não preocupa êste lado da Câmara qualquer questão de mesquinha política.

Só os interêsses da Nação nos preocupam.

Nós desejaríamos ver sentado naquelas cadeiras um Govêrno que fôsse uma garantia para todos nós.

Queríamos ver um Govêrno que fôsse capaz de presidir ao acto eleitoral com