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Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 17

se que que as Universidades não tinham que prestar contas senão aos senados universitários.

Era êste mesmo o critério do grande e ilustre jurisconsulto Guilherme Moreira, ao tempo reitor da Universidade de Coimbra.

Mas, depois, entendeu-se que isso não devia ser assim, e obrigaram as Universidades a prestar contas ao Conselho Superior de Finanças.

É claro que nesta altura houve necessidade, e à pressa, de se reconstituírem alguns dossiers de harmonia com o critério do Conselho Superior de Finanças. Esta entidade encontroa deficiências neles, faltando a legalização de algumas verbas, o nem podia deixar de ser assim.

Ora são estas, aliás, pequenas faltas do que o Sr. Tavares Ferreira se serve para atacar a administração daquela Universidade.

Entretanto, hoje quási nenhumas verbas estão por legalizar.

E onde havia mais verbas nessas condições era na Faculdade de Letras, onde estava à frente o grande homem de bem que é o Sr. Vasconcelos. Porém, como S. Exa. tinha recibos duplos de tudo, fàcilmente legalizou ás despesas que não estavam legalizadas, como o Conselho Superior de Finanças queria.

Realmente, havia um certo critério de confiança nas reitorias para certas despesas, e assim algumas delas não careciam de legalização, mas o Conselho Superior de Finanças não entendeu assim. No emtanto, hoje, informa-me o Sr. Ministro da Instrução, faltam apenas 107$ para legalizar.

Mas o Conselho Superior de Finanças não tinha o direito de ter as exigências que tem tido para a Universidade de Coimbra.

Apoiados.

Pois até lhe exigiu recibo dos portes de correio, e recibo da mulher que esfrega as salas da mesma Universidade! Quere dizer, em vez de se pegar em certas verbas e confiá-las ao critério de pessoas honestas, sujeitam-se os reitores a esta cousa ignominiosa: um servente autenticar que, de facto, foram comprados 18$ de estampilhas.

Não têm havido, de resto, gastos extraordinários na Universidade de Coimbra; pelo contrário, tem havido uma severa economia.

Quem perceber um pouco de construções vá visitar a Faculdade de Letras, e se houver um engenheiro que afirme que as obras lá feitas em tantos anos têm custado tam pouco é porque não percebe nada daquilo.

Não; só uma severa economia tem conseguido fazer aquilo, e então os homens que assim procedem vexam-se com estas pequenas o ridículas cousas. À frente, por exemplo, do observatório de metereologia está um dos mais autênticos sábios do nosso País, o Sr. Guilherme Ferraz pois S. Exa. tem encontrado grandes embaraços.

Por falta do pessoal, foi preciso contratar uma pessoa para fazer cálculos, e a quem se dá a reduzida, soma de 100$ por mês.

Pois tem-se dito que esta despesa é mal feita!

Não há o direito de trazer a diatribe do Conselho Superior de Finanças para esto relatório.

Apoiados.

Êsse director, que é um dos homens mais honrados do nosso País, devido a não ter iluminação eléctrica no seu laboratório, emprega a luz de petróleo, e costuma comprá-lo a um homem da Vaccum que por lá passa, por assim sair mais barato.

Mas, como não é possível obter-se recibos de tais compras, mesmo porque seria ridículo pedi-los, vá de censurar êste procedimento!

Por isto vêem V. Exas. até onde se chegou para se dizer que há má administração na Universidade de Coimbra.

Mas ainda se fez mais, e eu vou ler a V. Exas. aquilo a que o Sr. Tavares Ferreira pôs o título de "cousas interessantes".

Leu a respectiva parte do relatório do parecem.

Pois então o que é que V. Exas. queriam que sucedesse senão isto?

Julgam, por acaso, que os reitores são suficientemente ricos para, quando o Chefe do Estado visitar as universidades, pagarem do seu bolso as despesas extraordinárias que por êsse motivo são obrigados a fazer?

Apoiados.