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58 Diária da Câmara dos Deputados

Não é. Sr. Presidente, essa a melhor maneira de servir a República; não é essa a melhor ma mura do servir o País, antes pelo contrário.

Não se pode admitir que homens de uma certa envergadura adoptem semelhantes processos, que são na verdade absolutamente condenáveis a meu ver, muito principalmente na situação em que nos encontramos, que é na verdade bastante melindrosa.

Tem-se falado muito no Partido Republicano Português, isto é, de que êle tem exercido o monopólio do Poder.

Já tive ocasião de dizer, ainda não há muito, alguma cousa a êste respeito.

Mas o assunto é tam interessante, fornece neste momento ensinamentos tam completos, propriamente da psicologia política; é, sobretudo, tam rico de ensinamentos fiara todos os portugueses, que entendo do meu dever dizer a V, Exa. e à Câmara um pouco mais desenvolvidamento o que das minhas observações resultou.

Quem segue a vida da América do Norte o estuda bem a sua política, em que se coutam valiosos parlamentares, e observe profundamente os meios parlamentares e a própria vida dessa Nação, pode adquirir o conhecimento necessário para uma comparação com as tristes condições de actividade política em que nos encontramos.

Quando foi do Tratado de Paz, o malogrado Presidente Wilson, cujas generosas e ardentes ideas parecem infelizmente destinadas a ter o mesmo modesto eu entro que êle teve, usou das suas atribuições de Presidente da República,

Nos Estados Unidos da América do Norte o sou Presidente possui a faculdade de orientar a política do seu país.

O Presidente Wilson, tendo uma Europa do Norte para pacificar na Conferência da Paz criou um organismo o uma instituição destinada a assegurar para todo o sempre a pacificação da Europa e a pacificação das nações.

Depois de ter concitado a admiração de todo o mundo pelo seu talento de homem público, chegou a bater o recorri do número de fotografias tiradas nesse dia para o efeito de publicidade, fixando sôbre si as atenções do mundo inteiro, pela admirável tenacidade de pretender meter o mundo político da Europa nos limites da paz definitiva.

Grangeando as simpatias públicas fora do sou País, aquele homem não era já apenas o dominador de uma nação, mas era de lacto o árbitro dos destinos do mundo inteiro. Regressado à sua terra, pôsto em face da soberania pública, representada pelo Senado da sua terra, encontrou pela mente a vulgaridade tenacíssima de um Senador, seu companheiro, que interpretava o sentir e a aspiração da grande maioria dos cidadãos da progressiva América e que, apesar do saberem que a política internacional era a realizada pelo Presidente Wilson, não quiseram saber mesmo dos compromissos que havia assumido, porque entenderam que a Liga das Nações era uma ameaça para a soberania americana.

Recordo-me de ter falado em New-York com Mr. Glose, pessoa extraordinariamente culta, tam culta que basta dizer a V. Exas. que presidia ao departamento social dessa entidade única, que possui o maior trust dos Estados Unidos da América do Norte, tendo um movimento, na sua especialidade superior ao do Portugal inteiro, a United States Corporation. Recordo-me dêsse homem extraordinàriamente patriota, com o verdadeiro orgulho da sua terra natal. Lembra-mo que, falando comigo, um estrangeiro que visitava o seu gabinete pela primeira vez me preguntou com verdadeira afabilidade porque tinha eu ido à América. Ao responder-lhe que tinha ido à sua pátria como membro da delegação do Govêrno português à primeira Conferência Internacional do Trabalho. Mr. Glose esboçou um sorriso entre irónico e convulso. Falámos depois das eleições, dos trucs político do Wilson, do soa idealismo, das nações concorrentes da América que, aproveitando êsse idealismo pretendiam comprometer o futuro da América. E, tendo êle insistido no incómodo que lhe causava a presença do Wilson nas funções do Presidente da República, e quando eu lhe disse: "mas a América não tem dificuldades em substituir Wilson, porque tem um grande número de homens de saber e de acção adentro de grandes partidos, e, mesmo fora desces, encontra individualidades eminentes, cuja cultura e energia os tornam capazes de desempenhar essa alta