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Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 63

nagem, e almirante Gago Coutinho; foi de facto um acontecimento tam grande que todo o mundo ficou assombrado, porque cumpriram o regulamento que tinham marcado.

Sr. Presidente: o Brasil a seguir a êsse glorioso acontecimento mostrou um espectáculo verdadeiramente curioso para com os portugueses.

No dia seguinte à chegada deles ao Brasil tinha desaparecido por completo a campanha nativista que se estava fazendo naquela Pátria, que desde tam cedo nós ensinámos a ser um país autónomo.

Igualmente no interior de África, em Angula e Moçambique os portugueses apesar de tudo realizaram, uma obra que não tem de maneira nenhuma comparação com a de outros povos.

Recordo-me de ter sido criada uma máxima da língua inglesa da actividade africana por Mr. Johnston, que era coronel, em Tete, em que se verifica que êle entendia que se devia aos portugueses a introdução no continente africano dum certo números de plantas alimentares em virtude das quais deixou de haver as fomes periódicas.

E então recordo-me de seu escrito de um autor inglês, quando a Inglaterra se levantava em celebrações por aquele grande explorador que foi Levingstone.

Por todas as partes do mundo onde os portugueses têm passado, por todas elas se encontram vivas e susceptíveis de actualização e desenvolvimento algumas actividades.

O que é ã actividade colonizadora de angola, país enormíssimo que Portugal, sem grande exército e som uma grande marinha, domina ainda, di-lo o indígena que, ao falar-se do branco, logo elo julga que se fala dos portugueses, ao passo que, falando-se de outros povos, lhe dá o nome do seu país.

Não quero prender-me sob ôste aspecto da questão, a ver o que tem sido a actividade das nossas colónias e a maneira como têm procedido aqui os Deputados pelas colónias.

E esta, porventura, uma das questões mais interessantes e que, se um dia me dispuser a isso, eu tratarei nesta Câmara.

Por agora estou na fase da minha demonstração de que existe o fenómeno renovação em relação à vida social, e que êle é autêntico em relação a Portugal.

Provei já que na América, na Ásia, na Oceânia, há afinidades portuguesas que se desenvolvem, sem dependência de uma forte armada, que não temos, nem de um grande exército que não possuímos e que existem essas afinidades lusíadas.

Que falta então para delas fazer uma grande, uma enormíssima unidade social, que fôsse a única unidade do mundo, em termos de justiça social, que não por imposição da fôrça, quer económica, quer guerreira?

O que falta, se tudo existe? Faltam os dirigentes (Apoiados), e, uma vez achada a fórmula política, então nesse dia estava tudo resolvido e far-se-iam conferências respeitantes a todas as actividades.

Sr. Presidente: tenho provado que é possível fazer-se a remodelação social que os russos pensaram fazer, mas que não conseguiram por o quererem fazer à fôrça, quando isso só se consegue pela evolução.

Não é indiferente, é mesmo muito natural que a verdadeira organização reside na cultura do povo.

No dia em que encararmos êsse problema como deve ser, e adaptarmos o nosso sistema escolar ao desenvolvimento das nossas qualidades próprias e à transformação das nossas tendências naturais, nessa dia, ter-se há iniciado a instrução efectiva da unidade social.

Trocam-se apartes entre o orador e vários Srs. Deputados.

O Orador: - Sr. Presidente: não ignora V. Exa. nem a Câmara quanto os Lusíadas, essa maravilhosa obra de Camões, contribuiu para o nosso desenvolvimento, há quatro séculos. Também V. Exas. não desconhecem essa obra extraordinária da colonização do Brasil, obra que, apesar de todas as contingências, ainda hoje continua a ser a mais extraordinária semelhança dos Lusíadas.

Mas essa geração que nós aguardamos como poderá surgir?

Se V. Exa. se recordar do que a tal respeito dizem as nossas crónicas, verificará que no período de agitação da regência do infante D. Pedro todas as lutas se passaram à volta da rivalidade entre o infante, que correra as sete partidas, e a rainha viúva de D. Duarte, que pretendia