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Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 59

magistratura"; falando eu desta forma, Mr. Glose, com o ar sacudido de todos os americanos, disse prontamente:

"E verdade! Não temos dúvidas já em relação à substituição e o Homem já está escolhido. Mas Wilson durante 6 ou 8 meses ainda é demais para a América!..."

Digo isto, Sr. Presidente, não para pôr em relevo as minhas relações com Mr. Glose, que aliás muito me honram, não para esmaltar um pormenor da minha ida à América, porque toda a gente se recorda que por ali passei, mas para que se veja o estado de apaixonamente em que estava a população americana por ocasião das eleições.

Era um problema tam apaixonante que assim fazia agitar todas as camadas da sociedade norte-americana.

Tive a felicidade de assistir à sessão do Senado, na qual se foz a primeira apreciação sôbre o Tratado da Paz e se defendeu a não participação dos Estados Unidos da America do Norte na Liga das Nações.

Foi numa sala muito mais modesta do que esta, e ali ou falar o homem que lá representava o mesmo papel que aqui é desempenhado pelo Sr. Ginestal Machado.

Ouvi também falar os amigos do Presidente Wilson, os homens que haviam feito toda a sua carreira política pelo auxílio e socorro daquele ilustre estadista.

E, Sr. Presidente, surpreendeu-me a cortesia mútua com que todos se tratavam naquele país do gente sacudida e brusca.

Nossa nação com 120 milhões de almas, cujo Parlamento poderia parecer, à primeira observação, mais agressivo o mais agitado do que o nosso, eu vi, e com isso fiquei perfeitamente surpreendido, que sucedia exactamente o contrário.

Apesar de se tratar de um problema que tanto apaixonava os americanos, como se pode ter depreendido da anedota que há pouco contei; apesar de tudo isso, as relações entre as pessoas que intervieram no debate foram absolutamente corteses.

O que se passa nosso Parlamento?

Dia a dia, nesta inferior actividade parlamentar em que se tem destacado o Sr. Pedro Pita, temos arcado om uma série de lances mais ou menos vergonhosos, em que a astúcia substitui a inteligência em tortuosas avançadas para desígnios ocultos!

Dia a dia essa série de emboscadas e de armadilhas converte a vida parlamentar, não em um debate levantado de doutrinas que se contradizem, não em uma oposição nobre e correcta de sentimentos, do vontades tendentes a procurar um caminho de aplicações úteis para a Pátria e para a República, mas num campo completamente antagónico à democracia, procurando-se fazer o golpe do preto, como já aqui foi dito.

Sr. Presidente: onde se manifestam com assombrosa nitidez êstes desígnios turtuosos é precisamente nesta aspiração de ocupar o Poder em vésperas de eleições.

Entendo que os Governos só podem governar eficazmente com autoridade e prestígio mudando-se o processo político.

Suponho que possa acontecer, como tantas vezes sucedo no mundo civilizado, que um partido da oposição ganhe as maiorias não estando no Poder. Assim sucede realmente nos países cultos.

Partidos estando na oposição ganham as eleições. Assim tem sucedido, por exemplo, na Inglaterra, mãe do parlamentarismo.

Parece que é próprio da época que um partido que ganha essa maioria, a ganha em condições de não poder supor-se de que ela não é realmente uma fôrça que opera por estratagema que é preciso para aumentar o seu prestígio.

Pois, Sr. Presidente, connosco parece que se dá exactamente o contrário.

Sr. presidente: depois de quinze anos de implantação da República, confesso com mágoa que me encontro vencido por todos os conceitos, hábitos o mais processos que se estão seguindo, e que eu tanto combati quando ainda não existia a República.

O Ministério do Interior não é o exercício do uma função respeitadora da liberdade de todos: é, pelo contrário, uma máquina misteriosa que dá a soberania a quem tiver um aparelho de falsificação.

Sr. Presidente: como isto é realmente uma cousa triste e de magoar