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66 Diário da Câmara dos Deputados

sico e intelectual, e êsse aperfeiçoamento é o resultante do sistema escolar, no sentido do aproveitamento das tendências dos vários indivíduos.

E por consequência, uma teoria a que posso dar o nome de tonificadora, e que poderá do momento a momento, de hora a hora, ir contribuir pura a solução do aspecto de maior de fícieticia que a sociedade portuguesa apresenta.

Sr. Presidente: o que encontro nesta moção do Sr. Pedro Pita?

Encontro na primeira parto uma incorrecção gramatical e uma afirmação inexacta.

Encontro na segunda parte três afirmações vexatórias, deprimentes e insultuosas para a Câmara em geral e para cada um dos seus agrupados em especial, com a agravar-se de serem vagas, habilidosas e duma complexidade oriental que chega a espantar que fossem produzidas em pleno Parlamento Portagens.

Sr. Presidente: efectivamente eu tenho verificado na minha larga propaganda pro cultura neste país que a cousa que mais assusta quási todos os candidatos à salvarão nacional é o problema educativo. E dando-me a pensar no assunto, eu cheguei, de mim para mim, a uma conclusa o que agora torno pública, sem, no entanto, ao fazê-la, pretender ser desprimoroso para nenhum dos mona colegas desta casa do Parlamento.

Dizem que o diabo foge da cruz. Dizem que n sombra é exactamente o contrário da luz, e, emfim se eu quisesse alongar-me, poderia citar a V. Exa. uma série infindável de cousas opostas que em toda a parte de findo físico, do mundo animai, vegetal e social existem.

Eu compreendo que a maior parte dos nossos dirigentes receie que se resolva o problema da educação, porque, como eu já disse, na sua maioria são muito dirigentes. Essas pessoas sentem, por instinto, que se instinto em Portugal o sistema escolar conveniente nem os parentes nem os amigos poderão continuar a gozar dos benefícios, e por isso, por instinto, fogem da educação como o diabo da cruz.

Garanto a V. Exa. a Sr. Presidente, que esta interpretação que acabo de relatar à Câmara corresponde a uma convicção minha, porquanto se os dirigentes portuguesas fossem realmente autênticos valores superiores o que êles sejam imediatamente é que todo o problema português é um problema de preparação.

No momento presente Portugal encontra-se com uma crise enorme na industria que resulta de arcaicos processos de trabalho. Daí provém uma deminuição na circulação das mercadorias portuguesas para o estrangeiro, chagando até a repercutir-se lá tora. Haja em vista o negócio das praias portuguesas, onde êste ano se verifica uma verdadeira fuga dos seus habituais frequentadores estrangeiros.

Por esta minha exposição a Câmara verá que a moção do Sr. Pedro Pita é uma afirmação concreta da incapacidade de direcção do partido que pretende governar o País.

O preço da vida está de tal forma em Portugal que as pessoas que, em vez do se dirigirem para o nosso País, forma por exemplo, para França, conseguem fazer uma vida mais barata.

Se uma pessoa que costuma ir para Vidago fôr para França, faz economias que lhe permitem pagar a viagem. Vejam, pois, V. Exas. onde nos leva êste fenómeno da incapacidade da nossa produção.

A que devemos êste fenómeno? Existe hoje em economia política uma doutrina chamada dos ciclos económicos, que afirma que a actividade económica dum país se desenvolvo segando uma sério de períodos alternantes. Chama-se ciclo económico ao conjunto de fenómenos que abarcam o ramo ascendente da cura, ou seja a florescência, e o ramo descendente, ou seja a depressão.

As investigações e a história mostram que é característica da actividade económica a periodicidade classes ciclos. Países há, dos mais novos e progressivos, que tiveram durante o século actual nada menos do catorze ciclos, quero dizer, quatro períodos de excitação e quatro do depressão.

O estado aturado dêste fenómeno mostra, como já disse a V. Exas., que êle é periódico, e revela mais uma certa lei no seu desenvolvimento.

Verifica-se, por exemplo, que o êxito duma determinada actividade provocava a concorrência duma maneira tal, que uma