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74 Diário da Câmara dos Deputados

versos elementos psicológicos, para tornar mais expressiva a exposição que tenho de fazer.

O que é certo é que, apesar dêste largo período, em que tenho sido forçado a usar da palavra, à toda de 8 horas, ainda tenho - mau grado meu - de prender por 5 horas a atenção do V. Exa., da Câmara o das pessoas que por dever profissional tem de assistir a esta sessão.

Que lhos sirva de lenitivo ao seu sacrifício a idea de que não voltarão a ouvir-me muitas vezes, pelo menos nesta tribuna.

Tam depressa não voltarei a incomodar ninguém nesta casa do Parlamento.

É o lenitivo que ofereço, de maneira a traduzir a minha mágoa, por me ver coagido a incomodar tanta gente, o que é contra os meus hábitos.

Para responder a essas preguntas que eu próprio formulei, direi a V. Exa. s: sim, senhor, ainda tenho que dizer.

Desejaria que no termo da minha carreira parlamentais, a minha palavra sincera e correcta pudesse convencer todos os meus colegas que me escutaram, de que pouco fica da nossa actividade e que não devem continuar no uso dos processos até aqui empregados.

Na verdade, além das funções políticas, também desempenham uma acção educativa, que é essencial não esquecer.

O Parlamento num para desempenha igualmente uma função educativa.

A maneira como se comportam os parlamentares nas relações entre si, os percussos de trabalho que adoptam, os ensinamentos de que se mostram partidários, a cultura que manifestam, todos estas qualidades são apreciadas por um grande número de pessoas doutro de um pais, e é susceptível, por consequência, de transformar-se num formidável e prodigioso centro de imitação.

Se essa actividade foi exercida com isenção e competência, o povo, todos os elementos da sociedade não poderão deixar de a confrontar, de a elogiar, como a que deve ser realizada por um espírito forte no Parlamento do seu País. Mas, se ao contrário a actividade parlamentar fôr exercida, procurando-se o êxito pelo êxito, sem escrupulizar na escolha dos processos, usando da deslealdade, usando da cilada; se os homens se não tratarem uns aos outros com o respeito mútuo que é mester, com a consideração recíproca necessária, imediatamente, porque a imprensa, tem um desenvolvimento de atenção e uma, curiosidade doentia, como de resto a sociedade, que só a leva a registar e transmitir precisamente as anomalias, precisamente o que aqui se passa de desequilíbrio, precisamente o que aqui se passa de anormalidade patológica, a gente que aqui está directamente, agente que aqui não está por intermédio dos jornais assiste ao espectáculo de se tratarem uns aos outros em termos de enxovalho, não se respeitando, não se considerando, e, por consequência, a actividade parlamentar neste aspecto, tem uma influência destrutiva.

É pior, do que a pior de todas as agitações contra o regime e contra o País, que todas, as campanhas de descrédito. É na verdade um centro de multiplicação permanente, incessante, dos defeitos, das incapacidades, dos vícios.

Creio que consegui demonstrar a veracidade das afirmações que fiz.

E as pessoas que me escutam dirão nesta altura: "terras para dizer isto, que é afinal quási, duma intuição simplicíssima, para que estará aquele homem a esforçar-se a esta hora da manhã?

Nós já sabemos que se o Parlamento funcionar normalmente, pelos processos que devem ser praticados pelas pessoas que aqui tem assento, se elas têm plena convicção das suas responsabilidades, isso é normal, natural, inevitável.

É certo, mas as minhas palavras tornaram-se necessárias porque, infelizmente para a Câmara e para o País, os factos demonstram que um grande número dos membros desta casa do Parlamento, tendo esta noção simples, não a praticam e esquecem-se constantemente dela.

E é mau, muito mau para o regime e para, o País que uma instituição como a parlamentar, que é dentro da República democrática a instituição fundamental e basilar, seja constituída por pessoas que se esquecem de que dentro duma democracia a responsabilidade cresce na razão directa, das funções que se exercem, que ás funções parlamentares são as basilares duma democracia e as de mais alta responsabilidade em relação a todas as outras.