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as responsabilidades em face dos processos.

Sr. Presidente: £acordou acaso na alma dos patriotas republicanos essa alma de lacaio, reveviscéncia dos tempos da monarquia, QW que os se'nhores manda vàm neste País contra os que lhes eram adversos?

£ A que propósito vem hoje a revisão dos processos?

Sim, é uma vergonha, como foi dito há pouco, que o comandante dos monárquicos do norte esteja reintegrado. Quem sabe se muitos mais. ^(Apoiados").

Disse o Sr. Eduardo de Sousa que tinha sido uma cousa espantosa a suspensão do Sr. Paulo Marcelino Dias.

O Sr. Eduardo dê Sousa (ínterrompen

do):,— Eu disse demissão. Foi demitido; % i

0 Orador: — Não. Áplieou^se uma lê em defesa da República.

1 Em que conceito se tem a República, Sr. Presidente!

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — Por acaso fui eu um dos homens que, como delegado de S. Ex.a o Sr. Ministro. do Comércio de então j tiveram ensejo de organizar o processo referente .ao professor Paulo Marcelino. Dias. Não levei, porém-, a cabo a minha missão porque, a breve trecho, reconheci que a lei continha injustiças de tal ordem, que fácil tornava ao criminoso o escapar-se pela malha, mas, Sr. Presidente, se eu tivesse chegado a uma conclusão, daqui o digo com toda a clareza, seria exactamente para esse professor que eu proporia o castigo da demissão por ser inimigo da Bepública.

O Sr. Eduardo de Sousa: — líunca foi inimigo .da Bepública. Digo isto porque eu conheço bem esse professor.

Vozes: — Mas portou-se como tal. Trocam-se vivos e continuados apartes.

O Sr. Presidente (agitando a campai-rilid)-. — Peço a atenção dos Srs. Congressistas.

Diário das Sessões do Congresso

O Orador: — Ouça a Câmara!

Tam grandemente me preocupou o espírito o desejo de seguir na minha obra de saneamento da Republica, com todas as normas, absolutamente todas, duma severa e sã justiça, que ainda hoje, agora mesmo, posso dizer de memória as causas que -me determinaram nos castigos aos monárquicos delinquentes. Assim, direi, desde já, que o Srt Paulo Marcelino foi castigado porque, tendo recebido •ordem para entregar uns aparelhos de telegrafia, que estavam à, sua guarda no Instituto de que ele era director., se negou a dar-lhe cumprimento com a alegação de qu« a isso se opunha uni determinado artigo do Regulamento do Instituto, que é ainda dos tempos da monarquia para, de seguida, os entregará Junta Go-vernativa, segundo ordem que da mesma recebeu, sem ter já os mesmos escrúpulos que tivera perante a República pelo tal artigo do Regulamento,

Vozes: — Ouçam. Ouçam.

O Sr. Eduardo de Sousa i—Foi ob ri, gado a isso pela força.

O Sr. Cunha Liai: — Mesmo que assim fosse, a verdade é que o Sr. Paulo Marcelino não fez o que faria se tivesse fé republicana, que era, como fácil se lhe tornava pelos seus conhecimentos, pôr os aparelhos em estado de não poderem ser utilizados pela monarquia.

* ,

O Orador: —A admitirmos assim, por uma forma tam vaga, a desculpa de qae houve coacções, ver-pos hemos simplesmente colocados ante a afirmativa, que de todos ouviremos, que foram coactos. (Apoiados}.

Não levemos tam longe a nossa... como direi? Não levemos tam longe a nossa ingenuidade. (Apoiados).

fò Pode lá admitir-se que nomens colocados em cargos elevados, e, qu% tivessem fé republicana, obedecessem a essas coacções ? l Não pode ser. .