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A esses 200 mil contos é que se vai agora arrancar a quarta pai te para a compra do produtos.

Não basta abrir créditos. É necessário qno haja numerário para que esses créditos só possam tornar efectivos.

Abrir ura cródito de determinada cifra, não nos achando habilitados com o numerário necessário para as compras que se vão fazer, é como se não existisse. A autorização, p3is, que o Sr. Ministro da Agricultura solicita, de nada lhe servirá se não dispuser dos correspondentes nu-me-ários.

Finalmente, esporo que S. Ex.a diga quais são as suas propostas, isto 6, só entre elas existe a de promover o barateamento da vida.

O Sr. Lima Alves: — Pedi a palavra para declarar que voto o crédito de 50:000 contos para ocorrer à situação económica em que nos debatemos, devendo declarar também que não acho exagerado esse pedido, fazendo aporias votos q ara que o Sr. Ministro da Agricultura mio se veja em dificuldades para levantar dôsse crédito as importâncias que julgar necessárias para os respectivos efeitos.

E quero aproveitar a ocasião para lembrar ao Senado que, quando do Governo presidido polo Sr. Coronel António Maria Baptista, eu levantei aqui o grito de alarme chamando a atenção do Governo para as possíveis, e, mais do que possíveis, muito prováveis probabilidades das grandes, das enormes dificuldades em que nos deveríamos ver sob o ponto de vista das subsistências a comprar ou adquirir para abastecer o país.

O Senado deve recordar-se de que já então eu calculava ser necessário, a correrem as cousas como elas se mostravam, exportar em ouro a importância de 120:000 contos só para abastecer o país do trigo. Decorre o tempo e nós vemos que, ainda nesta altura do ano, temos do exportar para o estrangeiro nada monos de 60:000 contos em ouro.

O Sr. Ministro da Agricultura vem pedir para estes seis meses não 60:000, mas apenas 50:000 contos.

S. Ex.a, que pede apenas 50:000 contos, é porque fu/ os seus cálculosjulgan-do suficiente tal verba. & possível mesmo que S. Ex.a limite a verba a 50:000 con-

tos supondo que lho soja necessária ainda uma verba muito superior; e eu estou convencido de que assim sucederá, porquanto S. Ex.11 tem do olhar também para o lacto de que o país não necessita só de trigo, mas de arrôs, milho e muitos outros produtos que preciso é importar para quo as dificuldades da alimentação não sejam cada vo/ maiores. O orador não reviu.

O Sr. Celorico Palma.: — Entendêramos nossos Governos que era preciso termos trigo barato para satisfazer às reclamações de Lisboa e Porto, porque, para os Governos, só há o povo de Lisboa e o povo do Porto. Os operários agrícolas do Alentejo e outros pontos do país não pertencem à República Portuguesa, no bom critério dos nossos governantes.

Como do estrangeiro não pôde vir trigo barato, obrigou-se o agricultor português a vendê-lo por preço inferior ao seu custo de produção. Isso deu em resultado produzir-se actualmente menos que antes da guerra, aumentando o déficit de trigo e dando lugar a que o nosso ouro corra para o estrangeiro cada voz mais.

Eu creio bem que, intensificando um pouco a nossa cultura, conseguiremos colher trigo que chegue quási para o nosso consumo, c, se o continente não produzir quantidade suficiente para um auo, poderemos recorrer i\s nossas colónias de África.

A protecção dada. à agricultura até aqui está somente no papel, porque a verdade ó que tem sido perseguida pelos Governos e até pelos Ministros da Agricultura. Ultimamente o Sr. António Granjo parece haver tido boa vontade de favorecer a lavoura mas não conseguiu o seu objectivo.

Creio que o Sr. João Gonçalves tem bons desejos, também, de proteger a agricultura, mas naturalmente não poderá ir além dos seus antecessores porque não dispõe do dihneiro preciso.

Sr. Presidente, chòino a atenção do Senado para o que se tem pasmado com a província do Algarve no que respeita à falta de trigo.