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Sessão de 16 de Dezembro de Í92Q

No telegrama que dirigi ao Sr. Teixeira Gomes, disse-lhe que as desculpas -apresentadas não eram de receber, porque o cruzador se demorou 48 horas em Lisboa e o comandante desembarcou em visita a diversos monumentos da cidade.

Compreende V. Ex.% Sr. Presidente, >que não é de receber a alegação de que /o Sr. comandante do S. Paulo não cumprimentara as autoridades de marinha por não ter tempo, quando é certo que 8. Ex.a esteve 48 horas em Lisboa e desembarcou com Sua Majestade, a rainha dos Belgas. E, já agora, devo ainda acrescentar que esse oficia], tendo a honra de receber um convite de S. Ex.% o Sr. Presidente da República, para o almoço dado em honra dos reis dos belgas, não compareceu nesse almoço, nem mesmo sequer, agradeceu o convite.

Peço desculpa a V. Ex.a, Sr. Presi-•deníe, e ao Senado, do calor que, por-\rentura, possa ter tomado, mas fui obrigado a dar estas explicações. Tenho dito.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira):—Sr. Presidente: eu não sabia em que tempo o Sr. Encarregado de Negócios do Brasil se dirigira ao Ministério da Marinha e lá deixara um bilhete como significando a ra-.zào porque o Sr. comandante do S. Paulo não apresentara os seus cumprimentos às autoridades da marinha; só agora sei •disso. Mas foi naturalmente na persuasão por parte daquele Sr. Encarregado de Negócios, de que seria entendida tal forma de apresentação de cumprimentos,

Com relação à referência feita pelo Sr. Melo Barreto, ao facto de terem sido apresentadas em Londres explicações do nosso Ministro, eu tenho conhecimento da atitude então tomada por S. Ex.a, de que só aceitava explicações na Embaixada de

Portugal no Rio de Janeiro, ou cm Portugal.

Está muito bem. Mas eu não trouxe aqui o facto para que mo sentisse satis-• feito com ôsse procedimento: trouxe-o para significar que o Sr. Encarregado de Negócios do Brasil transmitiu para Londres a má impressão do procedimento do comandante do cruzador

O Senado fica esclarecido sobre esto ponto, supondo eu que n3o é preciso insistir nele e não voltar a discuti-lo porque isso ó da responsabilidade individual.

N3o há conveniência nenhuma em dar a esto acontecimento tal importância sobre o qual tenha de se ocupar o Senado.

A República está acima de tudo.

O Sr. Presidente:—Interrompo a sessão até às 21 horas e 30 minutos.

SEGUNDA PARTE

O Sr. Presidente:—Está aberta a sessão.

Eram 21 horas e 45 minutos.

O Sr. Constâncio de Oliveira: — Constando-me que está sob a Mesa um projecto de lei autorizando a abertura dum crédito especial para despesas com a comissão que nos vai representar na conferência, intor-parlamentar, peço a V. Ex.a que consulte o Senado sobre se aprova a urgência e dispensa do Regimento entrando imediatamente em discussão o projecto.

O Sr. Presidente:—Vai ler-se o projecto.

Leu-se na Mesa. K o seguinte:

Proposta de lei n.° 715