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Diário das Sessões ao Senadv

que as tn nsmitissc ao Governo português.

Efectivamente, o Sr. Teixeira G-omcs tran^mitiu-as, -afirmando que. o comandante do S. Paulo lhe assegurara que, devendo voltar brevemente a Lisboa, m.o só apreseolíiria ao Ministério da Marinha e às autoridades navais os sons cumprimentos, mas que não se dispensaria de cumprir o s.'u dever de dar explicações completas das razoe- em virtude d;.s quais não apresentou os seu-cumpnme rito^ quandi veio trazer os reis da Bélgica.

Eu dei iastruções à embaixada do Por-tugíd no Brasil a propósito do que se ':i-nlia pás; ado, o nosso embaixador comunicou o facto ao Governo brasileiro e sei que o Governo brasileiro t ncarrogou o encarregado de negócios em Lisboa de transmitir ao Governo português,

Parece-inc que nada mais tenho a exigir, e qae tanto o Sr. Melo Barreto como eu temos cumprindo o nosso dever, colocando as cousas no pé em que devíamos tê-las colocado.

O1 Sr. Pais Gomes: — Sr. President-: agradeço as explicações que o Sr. Mirs-tro dos Estrangeiros acaba de dar ao Penado, que me satisfazem. No emtanto. tenho de lazer um certo reparo c. una afirmação de S. Ex.a: é quando diz qae o comandante do /S. JJaitlo encarregou o encarregado de negócios do Brasil de ir, em nomo dele, cumprimentar as autoridades de raarinha. Recordo-me de ter encontrado sobre a minha mesa um cartão do encarregado de negócios do Brasil, mas sem mais explicações dr ordeoi re-nhuuia. Eu compreendia qne ele lá fosse no cumprimento de uma missão e-pecial em nome do comandante do S. Pc.nío. mas essas explicações tinham de sor bera expressas.

Tenho dito.

O Sr. Presidente: — O Sr. Mele Bar-noto pediu a palavra para díir explicações sobre o incidente. Eu consulto o Senado sobre se devo conceder a palavra a S. Ex.a

Vozes: — Fale, fale.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Melo Barreto para explicações.

O Sr. Melo Barreto:—Sr. Presidente: eu começo por agradecer ao Sr. Mini;-trado s Negócios Estrangeiros as suas amáveis referências a mou respeito.

Eu, Sr. Presidenta aão tencionava asar da palavra, se porventura uma referência de S. Ex.a me não obrigasse a isso.

Disse S. Ex.cl que o encarregado de negócios do Brasil lhe comunicara que-me tinha procurado para me dar explicações, com as quais eu me tinha dado por satisfeito. E absolutamente inexacto, pois-que S3 passou exactamente o contrário.

O encarregado de negócios do Brasil ré feriu-se apenas ao freto, lamentando-o, mas n Io estava autorizado —ele próprio o declarou— a dar explicações. Ignorava, até, as circunstâncias, em que se tinha produzido. Se ele houvesse dado explicações sobre o caso. não haveria necessidade de renovar instâncias junto do Embaixador do Brasil.

Não estou agora munido dos telegramas que expedi ao Embaixador do Brasil, mas tomo o compromisso de, na primeira sessão, os ler ao Senado.

Quanto às diligências feitas em Londres, a que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros se rífe-riu, direi que o Sr. Teixeira Gomes me declarou que tinha sido procurado pelo Embaixador do Brasil naquela cidade, que lhe explicou as circunstâncias em que se deu o incidente de Lisboa, que o comandante do cruzador não tinha podido desembarcar, e que não tinha havido o menor desprimor para com o Governo nem para com as autoridades superiores de marinha. Respondi-lhe que conservava do Embaixador do Brasil em Londres as mais agradáveis impressões, mas não aceitava as1 explicações porque o Governo português, sobre este caso, ente idia não dever aceitar explicações senão dadas em Portugal junto do Ministro dos Negócios Estrangeiros* ou no Ric de Janeiro junto do Embaixador português.

Eis o que foi a minha atitude com relação a este incidente.