O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18

Diário das Sessões do Senado

exclusivamente beneficiar pobres soldados que já cumpriram parte da pena e irão para suas casas cultivar os campos que tam faltos do braços estão.

Por isso, Sr. Presidente, concluindo, torno a repetir:

Sendo eu um militar que me prezo de cumprir com os meus deveres e en: várias circunstancias da minha vida tenho provado ser um oficial disciplinador e disciplinado, (Apoiados^), não hesitei em assinar o projecto e tomar a responsabilidade de ser o seu relator por parte da comissão do guerra.

O orador não reviu.

O Sr. Raimundo Meira: — Sr. Presidente : eu sou contra as amnistias e sobretudo contra as amnistias desta natureza, mas assinei o parecer da comissão de guerra, pçrque. em minha consciência, entendi que esses soldados deviam ser amnistiados.

Para admirar é que eles se não tivessem revoltado há mais tempo, estando constantemente a ouvir os seus oficiais dizer que não fossem para as trincheiras, (Âjwiados); e quo se eles lá estavam, é porque qceriam.

Estou convencido de que nenhum outro soldado de qualquer exército tinha conservado, por tanto tempo, a noção do cumprimento dos seus deveres, como foi o nosso.

Foi atendendo a isto, repito3 que eu dei o meu veto ao projecto.

O orador não reviu.

O Sr. Alberto Sliveira: — Sr. Presidente : folguei de ouvir o Sr. Miaistro da, Guerra. S. Ex.a está dentro da boa doutrina. S. Ex.r> pôs a questão muito claramente e deu a sua opinião, a respeito do projecto ern discussão.

Nem outra podia ser a sua atitude, desde que assumiu a gerência da pasta da Guerra e desde que lhe foi confiada a disciplina militar.

. Os meus colegas da comissão de guerra deixaram-se levar pelos seus sentimentos de coração, que serão muito para atender, mas não no caso presente, visto como, o não se ter condenado este ou aquele que deviam ser, não quere dizer que se não castiguem os outros.

Na minha já longa vida do exército — e prezo-me de ter prestado Alguns servi-

ços ao exército e à Kop ública — nunca me atemorizei quando tive de castigar qualquer militar, porque nunca castiguei senão depois de possuir as provas suficientes para o fazer.

Creio que todos os oficiais que estiveram no Corpo Expedicionário Português devem ter a mesma opinião, quaisquer que sejam as suas opiniões políticas, porque,, entre militares, acima de tudo, está a disciplina.

Nestas condições, entendo que ir amnistiar iomens que se revoltaram contra o general que os comandava, o Sr. Gomes da Costa, porque havia oficiais que fazir.m propaganda contra a guerra, e não foram punidos. ..

O Sr. Pereira Osório: — Não foram punidos per serem oficiais!

O Orador:—Eu já tenho castigado oficiais ; castigassem também esses.

Nestas condições, digo, ir amnistiar esses homens e introduzir no exército indivíduos que praticaram crimes tam graves, e que, amanhã, soltos, irão para as tabernas ou para as suas terras dizer quo se revoltaram e quiseram assassinar este ou aquel?, e agora estilo soltos, e oficiais houve que se puseram à frente delas e as levaram.

Se se fez essa propaganda desgraçada sobre ela virá a da impunidade até em actos de guerra.

O Sr. Ministro da Guerra comandou brilhantemente forças e operações em África e sabe o que vale a disciplina militar, e sabe que tudo quanto se faça para a destruir ô um crimo que a História fará pesar sobre nós.

Quando eu tomei o comando do Campo Entrincheirado, se lá" houvesse propagandistas dessa ordem, não o teria tido na mão contra os revoltosos de Monsanto. Sem a disciplina eu não teria ali conseguido cousa alguma.

O Sr. Pereira Osório: — Peço desculpa à Câmara de vir meter-mo em questões militares.

Entendo quo ainda se não frisou um ponto que j algo essencial.