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Di4rio das Sessões do Senado

tava para sair, o comissariado geral; m.nia ordem despótica, arbitrária, absurda o de ama retrospecto revoltante, proibiu que o azeito seguisse para o Porto.

Mas sobre azeite há ainda melhor do que isto. Há pouso, um nosso ilustre colega desta Câmara contou-me este fado verdadeiramente inverosímil, mas qu3 S. Ex.1 garante:

Uns empregados no comissariado

A respeito de acoite dizem-se tentas cousas, que as anesdotas se contam e alastrem por esse país como as nódoas dD IEOSI 10 óleo ao caírem se espalham e se salientam em tecidos do valor.

Mas não é só com o azeite que factos repreensíveis se dão, representando também incúria, incompetência e inabilidade.

Afirma-se—e já me foi garantido por uni fiscal dos abastecimentos que interroguei — que deixaram apodrecer rnais cie 300 contos de batatas, cuja arrecadação custara 40 contos, preço por que foi arrer.-dado ujn barracão para esse fim.

Yeja isto a Câmara: 300 contos, alén do mais, havendo tantas tragédias de fome por esse país fora, por esses bairros pobres, por essas trapeiras de míseros.

Afirma-se também que há muito arroz deteriorado. Já o disse a, imprensa e esta afirmação, come as outras, não se desmentem, antes a toda. a hora; as ouviiros eon-firmar.

Com a manteiga, outro género tabelado e racionado, quási o único que hoje ff/ conservar as bichas, também se. dão casos estranhos e inexplicáveis.

Para V, ExA Sr. Presidente, o a C;V mara avaliarem do critério com quo tudo se executa no comissariado doa Abastecimentos, basta que lhes leia este ccmanf-cado inserto cos jornais, sob a epígrafe — «À questão da manteiga. Pedem-se providências.

^A Empresa Industrial de Laticínios, Limitada, tendo nos sous armazéns 4:004

qnilograiaas de manteiga a apodrecer devido ao Sr. Comissário dos Abastecimentos não a ter requisitado nem autorizado a sua venda, pregunta qual é o critério com que hárde proceder para evitar prejuízos e ao mesmo tempo que o público tenha de consumir um género deteriorado. Em poder dalgumas firmas suas associadas existe ainda tarabém manteiga que já veio em Dezembro p. p, e espeira do mesmo modo que o Sr. Comissário se lembre de autorizai' a si;.a venda.

Chamamos a atenção do público e do Sr. Ministro da Agricultura para o desleixo e insompetêneia com que em S. Roque se tratam destes assuntos.—Pela Empresa Industrial de Laticínios, Limitada — O Gerente, António Cardoso Rebelo.

(Segue o reconhecimento)».

Vejam bem : segue-se o reconhecimento. Quere dizer, o homem assume a responsa uLidade do quo publica, o que nos leva a acredita:* na veracidade desta revelação.

Se não fosse exactamente verdadeira, CO]_L os poderes que tem ou toma o comissariado, nem a alma se aproveitaria ao reclamante, porque, como já disse, aquela ilegalissima autoridade tem na sua mão a nossa liberdade, a nossa fazenda e o nosso dinheiro.

Com o açúcar?

Ah! com o açúcar, em que entram em scena as refinarias, contam-se factos verdadeiramente extraordinários e imorais.

Para a província ninguém apanha um quilograma de açúcar pelo preço da tabela.

As autoridades da província chegam com as respecthras requisições. No comissariado imediatamente, com uma diligência e a-.nabilidades dignas de todo o elogio, pascia as guias e ordens para certa refinaria fornecer o açúcar. O portador, muito satisfeito e dizendo com os seus botões — muito se calunia nesta terra ! — vai fazer o depósito do dinheiro' e espera...