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Diário das Sesiõeê do Senado

portáveis, Muitos proprietários há pwa os quais os> seus rendimentos mal chocam. não para viver, mas para pagar as contribuições. Tem-se legislado somprt depressa, aceleradamente, no ar. a rés jeitc de contribuições. Não se fez ciada o que era necessário: um cadastro scientifieo, um cadastro feito por homens competentes e técnicos, para avaliar do valor da propriedade o mais rigorosamente possível. Quando isto se fiztor, quando s^ restabelecer essa confiança, tenha o Sr. Ministro das Finanças a certeza de qae muitos capúais voltam para o País.

Há muito dinheiro lá por fora, qi^ fugiu daqui ameaçado por todas estas cons-Ntantes revoluções, o por isso quando Ouço, como há pouco, exaltar essa ligara horrenda de Lenine, principalmente quari-do esse elogio é feito por uma pesson por quom eu tenho muita estima e consideração . . .

O Sr. Herculano Galhardo:— Sabe S. Ex.a a muita consideração que tenho pela sua pessoa. Mas S. Ex.a compreende que, tendo falado em Lenino, e "-índo dito como seria lendária a sua figura, não disse, n D emtanto, qual era a mnhr, opinião a respeito dôle.

Há todavia, uma cousa que o impt3e ao respeito de "odos, pelo alto civismo que teve de se conservar até aos últimos momentos da sua vida, sacrificando a sua vida para defender aquilo que uma grande parte do mundo acasa de ter lançado no caos. A circunstância desse homem se ter conservado no seu posto, até morrer, impõe-o à consideração de todo o mundo.

Aqui tem S. Ex.* porque é que eu me refiro a Lenine.

O Orador: — Não há ninguém que respeite mais os mortos do que eu. No emtanto, um hotiem que exerceu no mundo uma acção tam extraordinária como a de Lenine, ó julgado em vida e na morte.

O Sr. Herculano Galhardo: — Já passou à história.

O Orador: —A história já começou. E

se S. Ex.a ou oatro qualquer Sr. parla-

'mentar se lembrar de continuar aqui a

fazer a apologia de Lenine, os capitais

ainda se apartam mais.

O Sr. Herculano Galhardo: apenas que falei nele.

Fui eu

O Orador: — Mas ouvi dois apoiados, pelo menos, desse lado da Câmara, e ó por isso que digo que, se S. Ex.a3 continuam a fazer a apologia de Lenine, onio vd parar o câmbio!

As cousas são assim. Numa aspemblea destas, que é uma Câmara de ponderação, quando uma figura prestigiosa, como-ó a do Sr. Galhardo, vem aqui, quási por assim dizer levantar uma estátua a Ssso homem, isso pode abalar a opinião pública, podo determinar amanhã maior fuga de capitais, e daqui a pouco estamos cá com outro Leniae e a libra ó capaz de chegar a 1.000^00.

Não tenho libras, e portanto tenho-muito raêdo de me ver dentro em pouco na desagradável situe cão de não ter dinheiro }ue chegue para poder comprar um ovo, como sucede na Rússia, em que o povo não pode comprar um ovo para se alimantar, mas que via Lenine banquetear-se lautamente servido nas magníficas baixelas do palácio dos Czares.

O Sr. Herculano Galhardo : — Defenda 3. Ex.a os banqueiros ! Defenda !

O Orador: — Não defendo os banqueiros. Nunca fiz parte da direcção de um "Banco.

Todos sabem que vivo afastado dos negócios bancários e cambiais.

Sou um desgraçado que tenho lá o meu milho, de que trato, e vivo na maior modéstiV.. ;Eu quero cá saber dos banqueiros! Mas a este respeito deixe-me S. Ex.a dizer que os banqueiros monárquicos tem prestado muitos mais serviços à República do que à monarquia.

Apoiados.

O que eu hei-de defender sempre é o capital honrado, é o proprietário honesto.

Mas reatando as minhas considerações, volto a dizer que estimaria muito que o Sr. Presidente do Ministério, em vez de aceitar esta autorização, trouxesse ao Parlamento as bases do que se lhe oferecesse ser a forma mais prática e mais a propósito para debelar a crise cambial.