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Diário das Sessões do Senado

portanto de toda a necessidade, quo 30 remedeie cuanto antes a falta de fiscalização que ali existe. O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—O Sr. Augusto de Vasconcelos pediu a palavra para um negócio urgente: tratar da concentração de tropas em Lisboa, greve dos padeiros e agravamento do preço dos géneros essenciais à vicia.

Os Srs. Senadores que consideram urgente estes assuntos têm a "bondade de se levantar.

Foi considerado urgente.

O Sr. Augusto de Vasconcelos (para um negócio urgente): — Sr. Presidente: agradeço a V. Es.a e à Câmara a deferência de me concederem a palavra para tratar de assuntos que considero graves.

Não vou reeditar as considerações que fiz há pouco, mas apenas chamar a atenção do Governo para estes assuntos e pedir-lhe quo dê à Câmara as explicações que entender.

Como V. Ex.as sabem, estão-sc passando factos graves.

A greve dos padeiros agravou-se e todos nós teraos verificado que a distribuição do pão é cada ver mais deficiente.

Deu-se outra greve, a dos clicmffeiirs, cujas reclamações têm, algumas delas, um fundo de justiça, que é necessário reconhecer.

Além de que estão desaparecendo do mercado géneros essenciais à viça, como por exemplo as batatas, e isto certamente com o fim de amanhã aparecerem por um preço mais elevado.

Fazem-se iiovimentos de tropas o con-centram-sí»' tropas em roda de Lisboa.

Tudo isto são factores de uma certa gravidade que alarmam a população o que precisam ser explicados. Espero que o Sr. Presidente do Ministério nos d:ga alguma cousa do que se passa.

Não alongo as minhas considerações. Limito-me apenas a fazer esta preguntn ao Sr. Presidente do Ministério a fim de S. Ex.a dizer alguma cousa sSbre este assunto, que tanto alarme tem causado à população de Lisboa,

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): -

Sr. Presidente: conhece o País e a Câmara qne se declarou a greve dos padeiros; o Governo procurou resolvê-la da forma que seria mais fácil, e em primeiro lugar procurou obter pão para Lisboa.

Para isso deu ordem à Manutenção Militar para fabricar o pão na maior quantidade que pudesse, pondo-a cm contacto com as várias padarias'independentes e com a Portugal e Colónias, que pôs a funcionar a sua fábrica de panificação que existe em Santo Amaro. Claro está que o fecharem-se quatrocentas padarias, quo é o número que existe, pouco mais ou menos, independentes e pertencentes a vários núcleos', importa enormes dificuldades e importa mesmo evidentemente a de-minuição desse fabrico.

O GoA-ôrno adoptou as medidas que devia adoptar, chamou dez classes dos serviços de administração militar, quo abrange quási todos os padeiros cm greve, os . quais se estão apresentando e são enviados à Manutenção Militar para aumentar o número de homens que ali existe.

Logp que haja pessoal para isso o Go-vôrno mobilizará as padarias. A situação tende a melhorar.

É certo que ontem, durante 2 ou 3 horas, íi fábrica da Portugal o Colónias, por qualquer circunstância, esteve parada.

Em todo o caso posso garantir que a questão dos padeiros parece estar em. vias de ísolução, sendo corto que as suas reclamações são de aumento de vencimentos e uma outra referente ao decreto publicado pelo Sr. Ministro da Agricultura e que diz respeito ao peso do pão.

Efectivamente os padeiros não querem que o pão seja posado, como foi determinado nesse decreto, o quo ele, seja vendido sem obrigatoriedade do peso, pois o decreto estabelece que elo seja pago ao quilograma, e eles querem que seja pago por pão, qualquer que seja o seu tamanho, ou formato.

Essas reclamações foram ouvidas poios Srs. Ministros Já Agricultura e Interior, e estão-se fazendo negociações entre padeiros e patrões para se chegar a uma conclusão.