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Sessão de 30 de Abril de 1924

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posição de os atender, tanto quanto possível, porque, efectivamente, as multas foram aumentadas num quantitativo tal que há multas que eram de 20$ e 30$ que che-gam agora a atingir 500$, 600$ e 700$.

O/ Sr. Ministro do Interior já publicou ontem um decreto aclarando essa lei e estabelecendo para limite máximo da multa a aplicar 300$.

Mas ainda assim há multas muito pesadas, como demonstraram os chauffeurs na sua conferência com o Sr. Ministro do Interior, algumas por infracções bem pequenas, como por exemplo por o carro seguir por uma rua por onde não devia seguir.

, Foi necessário chamar tropas a Lisboa, porque as padarias da Panificação, da Aliança, e mesmo dos independentes, desejam trabalhar, mas para o poderem fazer desejam ser gnardadas militarmente, e essas padarias somam em Lisboa quatrocentas.

Além disso, previu-se a greve dos carroceiros, e para acompanhar os que trazem os mantimentos para Lisboa, e vigiar todas as barreiras da cidade, as tropas da guarnição de Lisboa não chegavam.

Aí tem S. Ex.a a razão 'por que se fez esse chamamento de tropas. ~ .

O Sr. Pereira Osório: — Dizem qne no Porto não há meios de transportes por efeito da greve.

<_ p='p' câmara='câmara' a='a' elucidar='elucidar' pode='pode' v.='v.' ex.a='ex.a' não='não'>

O Orador: — Ainda não tenho até esta hora comunicação alguma sobre o as-snnto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente: agradeço ao Sr. Presidente do Ministério as suas explicações,, embora elas não . sejam completamente tranquilizadoras.

Perante as declarações de S. Ex.a tenho a afirmar, em nome do meu partido, que em tudo o que diz respeito à ordem pública, pode S. Ex.a contar com ele.

Somos um partido de ordem, temos afirmado sempre este princípio, e se for precisa a intervenção do Parlamento para quaisquer medidas que sejam necessárias,

não faltará ao Governo o nosso apoio em tudo o que seja razoável para manter a ordem e a tranquilidade públicas. Muitos apoiados.

Vozes:—Muito bem, muito bem.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro):—Sr. Presidente: é para agradecer ao partido do Sr. Augusto de Vasconcelos, e a S. Ex.a o oferecimento que fez ao Governo, na certeza de que o Governo usará dele se for necessário porque, por emquanto as greves estão decorrendo sem nenhuma espécie de violências.

ORDEM DO DIA

Continuação da discussão da proposta de lei n.° 606

O Sr. Azevedo Goutinho:—Nós portugueses temos, a par de grandes qualidades, grandes defeitos; ou, afirmando com mais propriedade, encontram-se em nós grandes defeitos consequentes das grandes qualidades que possuímos.

Dotados de uma inteligência clara e de uma percepção fácil, preocupamo-nos mais com o aspecto exterior das questões e não queremos dar-nos ao trabalho de conhecer os detalhes.

Deste estado de espírito, fácil é resultar essa manifestação vulgar nos espíritos infantis: generalizar.

Se uma administração relativa a um determinado serviço é má, daí concluímos desde logo que todas as administrações de serviços similares, são más.

Compreende V. Ex.a as lamentáveis consequências deste critério : matar todas as iniciativas, anular o estudo naqueles que desejam produzir qualquer cousa útil.

Recordo-me, Sr. Presidente, quando tive a honra de ser Ministro da Marinha, de me ver forçado a conhecer nos seus pormenores a administração das Obras do Arsenal do Alfeite.

Visitei para, isso esse estabelecimento, e procureL conhecer a forma por que essa administração era feita, tendo concluído pela necessidade e vantagem de o Estado a auxiliar e proteger.