O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22

Diário das Sessões dó Senado

dia 19 de Outubro: cortarem-nie a cabeça. Isto até me faz rir Sr. Presidente e meas senhores! j Eu conspirar com radicais!

Isto, Sr. Presidente, se assim foi, ó uma verdadeira infâmia. Quere dizer, pretendeu o Sr. António Maria da Silva, faz ar ver que há qualquer ligação entre os radicais e os crimes da noite de 19 de Outubro.

Sr. Presidente: não posso deixar passar isto sem o meu mais veemente protesto, porque representa uina enorme afronta &o Partido Republicano Radical.

O Sr. Costa Júnior (aparte): — Não fala no Partido Eadical.

O Orador: — Fala nos radicais.

O Sr. Costa Júnior (aparte): — Então é uma cousa diferente.

O Orador: — Eu não sei se alguém por ocasião do 19 de Outubro pretendeu fazer algum mal ao Sr. António Maria da Silva.

O país já está suficientemente esclarecido acerca do que foi o movimento de 19 de Outubro, as pessoas bem intencionadas estão hoje já absolutamente convencidas que os dirigentes de 19 de Outubro nada, absolutamente nada, tiveram com esses infames crimes que se praticaram durante essa noite e que se os não evitaram é porqie lhes foi completf.mente impossível, e ainda mais uma vez garanto a V. Ex.a e à Câmara que a ninguém mais do que aos dirigentes desse movimento repugnou o entristeceu esses desgraçados acontecimentos.

Mas é sempre a mesma arma. Fo: a arma de que se serviram naquela ocasião para combater aqueles que honestamente entraram em tal movimento, e é finda hoje, Sr. Presidente, aquela de que algumas pessoas se querem servir para atingir ros radicais.

É minha segura convicção de que a maioria, a grande maioria das pessoas que entraram no movimento de 19 de Outubro pertenciam ao Partido Democrático.

Não sei se os correligionários do Sr. António Maria da Silva pretendiam fazer mal a S. Ex.% o que eu quero é repelir aquilo a que me venho referindo, para

que se não liguem os radicais aos crimes que se deram em 19 de Outubro.

O Sr. Afonso de Lemos (aparte):—Quem cala consente...

O Orador:—Como o Sr. António Maria da Silva não tem assento nesta Câmara, eu limito por aqui as minhas considerações.

O Sr. Afonso de Lemos: — De maneira que fica assente perante a história, que a grande maioria que entrou no 19 de Outubro, pertencia ao Partido Democrático.

O Orador: — É um. facto, Sr. Presidente, que existe uma conspiração na forja e que, pelo menos toda a gente o di/, nela entram elementos afectos ao Sr. António Maria da Silva e até elementos da própria Polícia da Segurança do Estado.

O Sr. Carlos Costa: — Sr. Presidente: o assunto que vou tratar corre pela pasta do Comércio, mas, como não está presente o respectivo titular, peço a VvEx.a o favor de transmitir a S. Ex.a as minhas considerações.

Já aqui tratei por várias vezes do assunto a que vou referir-me e que diz respeito à situação do porto de Lisboa relativamente a assistência e socorros a navios, cuja deficiência é tudo quanto há de mais vexatório.

Por uma convenção internacional, todos os países que têm portos de mar devem assistência à navegação.

Entre nós constituiu-se uma esquadrilha com. o nome pomposo de «Esquadrilha de salvação e assistência», composta por navios da marinha de guerra, mas, como a marinha possui poucas unidades, empregou os navios da esquadrilha noutros serviços, e, pausado pouco tempo, foram a reparar, e nessa situação continuam.

Assistimos, Sr. Presidente, há poucos dias, ao encalhe de um vapor próximo da barra; jpois foi preciso vir um rebocador de Gibraltar para proceder ao desencalhe !