O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

26

Diário das Sessões do Senado

o dia seguinte confirmava-o nestes ter-mós:

«Não tínhamos, o menor desejo de ser desagradáveis ao Sr. António Maria da Silva revelando ao público a existência de uma conspiração. Fizemo-lo porque pessoas que nos merecem todo o crédito nos comunicaram os trabalhos revoluciocá-rios, os fins dá conjura e as suas possi-bilidades, e em nossa opinião —não de agora, mas de sempre—7 uma revelação, para saltar sobre a lei e sobre a (Jonsti-tuição, é um crime e, neste momento, seria uma catástrofe!»

E esta confirmação é hoje reconfirmada nestes termos:

«A esta redacção ninguém vem lançar insídias, que os republicanos que nesta casa trabalham repeliriam enojados. Mas aqui chegam, como sempre chegam, as informações seguras que outros republica-nos trazem sobre a trama tecida em con-ventículos vários e na qual se pretende emmaranhíir a democracia e os poderes constitucionais do Estado, com fitos demasiado p atentes».

Não sã trata .de insinuações, de insídias, de blagnes, de intrigas, dum guet apens. Não. Há qualquer coisa de verdadeiro, de averiguado, de fácil demonstraçíía.

^ Como pô-lo a nu, em toda a sua evidência?

Facilmente. • Trata-se apenas dum caso policial.

O que é indispensável é cue se diga ao país o que se passa.

Está envolvido o nome dum membro do Governo, o nome ilustre do Sr. Yieira . da.Roclm, herói que na África, batendo-se com denodo e valentia, tão alto soube erguer a dignidade da sua Pátria, um dos " nossos generais com mais brilhante folha de serviços ao país e que é bem o protótipo do soldado leal, honrado e valente.

Apoia.fi os.

E porque tenho a absoluta certeza de que S. Ex.a seria incapaz de conspirar dentro do Governo, desejo que o Governo esclareça os factos e tranquilize a nação que, estamlb a apoiar carinhosamente este Ministério, anseia .por saber o que signi-

ficam as revelações de O Mundo, incapaz de uma infâmia, mas susceptível de ser iludido na sua boa fé e de errar.

O Governo esclarecerá. Disse.

Apoiados.

O Sr. Ministro do Trabalho (Xavier da Silva):—Eu também li, e direi com surpresa, a notícia que vinha no jornal que o Sr. Senador Júlio Ribeiro acaba de citar.

Todo o Ministério teve conhecimento dessa notícia, e devo dízê-lo também, com surpresa idêntica.

Suponho que isso não passa de um mero boato, talvez mesmo de uma má informação que tivessem levado a esse jornal.

O que eu não posso dizer a V. Ex.a é que eu, o Ministro do Trabalho, não sou o conspirador. Nem antes de ser Ministro nem depois, eu conspirei, porque me falham os dotes, predicados e a índole do conspirador.

Não acredito em que qualquer membro do Governo seja conspirador, e muito menos o Sr. Ministro da Guerra, militar disciplinado 'e disciplinador, e uma alta figura do nosso exército, o qual seria incapaz, como homem e como militar, de estar comprometido nesse suposto movimento.

jii necessário fazer-lhe essa justiça. S. Ex.a está acompanhando o Sr. Presidente da República, chega hoje, ignora certamente o que se passa e o que se diz, porque, só o soubesse, já teria respondido.

O Sr. Presidente do Ministério está retido no leito. Ignoro as averiguações que S. Ex.a terá já mandado fazer.

Não é assunto que eu saiba, porque o caso não corre pela minha pasta e,não estou informado, visto como nem sequer tem havido Conselho de Ministros.

Não posso dar mais esclarecimentos.

Entretanto, tomo em consideração as palavras de S. Ex.a, e transmiti Ias hei a quem de direito. Talvez que, na próxima sessão, eu, melhor informado, possa responder alguma cousa às preguntas do ilustre orador.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Os