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Diário das Sessôeê do Senado

O Sr. Joaquim Crisóstomo (interrompendo) : — Mas há também quem diga o contrário e que é a polícia qoe os protege.

O Orador: — A esse aparte â& V. Ex.a eu direi apenas isto: da policia caeni anualmente cerca dê doze ou catorzes agentes assassinadas .por essas criminosos.

Interrupção do Sr. Joaquim Crisóstomo.

O Orador: — V. Ex.a, com essas suas interrupções, dá margem a que se possa supor lá fora que o Parlamento não é unânime em dar ao Governo aquela força de que ê".e precisa para pôr a sociedade portuguesa ao abrigo de quem comete estes crimes.

Para se prosseguir no ataque a quem está constaatemente perturbando a sociedade é preciso que se dê à polícia não só o apoio raoral, mas um apoio efectivo, e que ela encontre da parte dos seus superiores toda a aquiescência aos actos de energia que pratique no intuito de prosseguir esse ataque ao crime e livrar o país destas quadrilhas .que estão organizadas e qne na sombra planeiam os ataques que executam. . Apoiados.

Se não fizermos isso nós corremos o risco de não termos amanhã polícia.

Não julguem V. Ex.as que eu digo uma frase banal ou faço uma afirmação que não posso provar.

Como resultado dos ataques à polícia e da campanha que contra ela está sendo feita já os comandantes da polícia receberam uma sentença de morte enviada pela «legião vermelha».

Não a leio à Câmara, mas tenho-a aqui.

O Sr. Oriol Pena (interrompendo):— V. Ex.a tem à frente da polícia um homem em quem todos temos confiança.

Dê-lhe o Governo força, e carta branca.

O Orador:—O que é preciso é evitarmos que estas ameaças sejam executadas.

Apoiados.

Se a Câmara entende que assim, deve ser, encontra em mim quem interprete o seu sentir e quem leve a obra por diante,

Apoiados.

Expus à Câmara os acontecimentos passados hoje em Lisboa.

No ardor da luta de hoje caiu, varado pelas balas, um homem que toda a polícia considerava, e era tido como um dos mais zelosos funcionários.

Foi o cabo Neves.

Pagou com a vida o cumprimento do seu dever.

•É preciso garantirmos em absoluto à sua mulher, aos cinco filhos e ao sexto que está para nascer, .um bem-estar relativo, de modo a que aqueles que arriscam a sua vida tenham a certeza de que, se amanhã forem vítimas de qualquer cilada, não deixam os seus filhos na miséria.

Apoiados.

Como V. Ex.as sabem, está pendente do Senado uma proposta de lei que visa a conceder uma pensão às viúvas e filhos dos agentes de polícia que morram no cumprimento do seu dever.

Se a Câmara entendesse que a devia discutir imediatamente, eu julgo que praticava um acto de alta moral.

Apoiados.

Como eu não sabia se o Senado acederia ou não em discutir essa proposta hoje, apresentei na outra Câmara uma proposta de lei, moldada exactamente nas mesmas bases daquela que se encontra no Senado.

Dado o caso de que o Senado vote ò primeiro projecto, eu retiraria aquele que por aclamação foi hoje votado na Câmara dos Deputados, concedendo à viúva e filhos do cabo Neves, a pensão respectiva.

O Governo precisa de dar à corporação de polícia todo o apoio moral e material e por isso vai conceder a medalha de Torre e Espada ao cabo Neves que caiu na defesa da Sociedade..

O Sr. Mendes dos Heis (para fazer um

requerimento}:—Sr. Presidente: depois do que disse o Sr. Ministro do Interior, não preciso justificar o requerimento que vou fazer.