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Diário âas SessÒçi do Senão*

O Orador: — Do lado dos monárquicos não M que temer cousa alguma.

jV. Ex.as bem sabem que são impotentes !

Esteâ abusam da força que têm — da força espiritual— mas* V. Ex.as já sabem que são impotentes.

V. Ex.as não souberam segurar aquilo que tiveram durante séculos, mesmo ultimamente, quando fizeram aquela monarquia de pechisbeque do Porto, não souberam mante-la, ^como querem agora ter a vaidade de poderem pôr em perigo a República.

O Sr. Querubim Guimarães: — V. Ex.a tem razão nas considerações que está fazendo.

Realmente esse exército representa um perigo tal para a República que V. Ex.a com uni piparote pô4o ein debandada.

O Orador:—Perdão! O caso agora é diferente. Trata-se duma instituição autorizada pelos podores públicos. Eu então não podia sofrer cousa alguma ; ao passo que hoje, desde que esta instituição tem existência legal, se procedesse como procedi então, o caso mudava de figura.

Não esteja V. Ex.a a levar isto para o ridículo, porque o não é. E unia cousa muito séria.

Eu trouxe este assunto à Câmara porque ele ataca duma maneira insofismável n^o só a Constituição, mas também aqueles dois decretos. .

A história para mim não é, como para a maioria das pessoas, um elemento de erudição. Paia mim serve também de exemplo, que me leva a combater aquilo que noutros tempos fez mal ao país.

O Sr. Querubim Guimarães: — E que V. Ex.a leu apenas umas páginas da história. Se a bsso toda não podia falar dessa maneira.

O Sr.. Ministro do Interior (Sá Cardoso) : —Devo confessar à Câmara que entro nesta questão muito constraugiiio, porque nas palavras que terei de proferir pode alguém pensar que ao trazer à tola da discussão nomes doutras pessoas o faço para ocultar culpas minhas com as culpas alheias.

Ora o facto não é assim.

Eu costumo, em regra, pôr as qués-tõos com toda a franqueza, e quando erro dou a mão à palmatória, dizendo : «errei».

Além disso, não pode nunca ser desculpa para um Ministro dizer que assinou sem ler. -E não é. Mas se houvesse ocasiões em que tal facto tivesse uma justificação esta era unia delas.

No seu pleuíssimo direito, o Sr. governador civil de Braga aprovou, por alvará, uns estatutos que lhe foram, apresentados desta-instituição.

Depois teve dúvidas sobre se os mesmos estatutos estavam bem ou mal aprovados, e chamou o comissário de policia, a quem consultou sobre o assunto. Este, por sua vez, dirigiu-se aos escoteiros, resultando afinal os referidos estatutos começarem a vigorar.

Mas a Associação dos Escoteiros achou pouco o qup tinha e quis estender mais a sua acção. Fez um requerimento ao Ministro do Interior pedindo-lhe para alargar mais a esfera de acção, estendendo por todo o país filiais.

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Mandou ouvir o governador civil de Lisboa para saber se realmente era razoável aquilo e se estava dentro da. lei. Como a resposta ffisse afirmativa, o Sr. Ministro do Interior despachou: «Lavre--se portaria».

O Sr. Pereira Osório : — j Esse critério é realmente extraordinário!

Eu julguei que havia a Procuradoria Geral da República para consultar. Mas vejo que também há o governador civil de Lisboa.

O Orador: — É por isso que eu disse que entrava nesta discussão muito constrangido.

Estou a contar o que se passou.

O Orador: — O Sr. Ministro de então mandou lavrar a portaria^ mas não assinou.

Veio depois um outro Ministro è lavrou a portaria que está publicada.