O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12

Diário das Sessões do Senado

meus para o começo dos trabalhos fui informado de que o povo se levantara contra.

Ora, parece-me que uma câmara republicana, no sentido genérico da palavra, não pode considerar de ânimo leve um projecto que interessa fandamentalmente os direitos dos povos.

Apoiados.

Não é isto um exórdio para um discurso, mas apenas um desabafo para a minha ,alma e para comunicar que rejeito.

Entre este projecto e o actual reguia-mento é preferível este, e o presente projecto, muito modificado, viria a reproduzir o regulamento.

O orador não reviu.

O Sr. Lima Alves: — Poucas palavras mais.

Agradeço as .palavras amáveis que me foram dirigidas por alguns colegas.

Respondendo ao que disse o Sr. Pereira Osório, vejo que S. Ex.a quis trazer, para opor às minhas afirmações, o facto da existência duma população agrícola no concelho de S. Pedro, com boas resultados, produzindo bastante trigo.

Esse trigo pode ser muito para lá, mas pouco para ama região cerealífera.

Essa colónia data de quatro anos, e eu direi que é muito pouco. Decerto que um baldio, porque esteve durante séculos em repouso, não pode deixar de ter certa fertilidade.

Têm alguma fertilidade, vão produzindo durante 2, 3, 4, 5 anos e pouco mais, esgotam-se, e ficamos em presença dum terreno inútil, muito pior que os outros. . É esta a história de quási todos os baldios.

Onde quer que eles se vendam há sempre um ingénuo que vai trabalhar ou arrotear esses terrenos e tirar daí alguns proventos.

Nos primeiros anos, ainda colhe alguma cousa, mas pouco depois a esperança desaparece, vê-se na miséria e trata de vender o terreno por qualquer dinheiro.

Muitas vezes mesmo não os vende porque não tem quem os compre, ficam ao abandono, completamente ao abandono.

É quási pouco mais ou menos o que se deu na província do Alentejo, onde havia boas terrenos que não estavam em cul-turn.

Quando veio a lei cerealífera de 1899, que deu bons preços ao trigo, arrotearam-se terrenos em grande quantidade, houve grandes produções, e um ano houve em que nós chegámos a produzir no continente o suficiente de trigo para as nossas necessidades, não tivemos que importar trigo.

Mas de então para cá foi decrescendo cont-nuamente a produção nacional.

No emtanto, o lavrador tendo bons terrenos tinha necessidade do os ir arroteando continuamente.

Mas é que os melhores já estavam explorados, e foram enfraquecendo continuamente a sua produção.

Esses terrenos depois só à custa de grandes quantidades de adubos é que pó-derão produzir.

Nos terrenos do Alentejo, está-bem porque ainda podemos ter a grande cultura, podemos aplicar debulhadoras, ceifeiras, etc., uma exploração industrial e económica mas nesses terrenos a que se refere esta proposta, é que tal não pode suceder.

Se V. Ex.a conhece a região, há-de saber que são tudo colmeias, e aqui e além tabuleiros.

Quando estes estão numa prega da serra, onde se depositou uma certa quantidade de terra, que não escorregou até ao rio, lá se encontra um pedaço de terra aproveitado.

Nessa colónia agrícola pode-se ter dado a mesma cousa, pode acontecer isso, mas daí a fazer uma exploração que tenha qualquer influência na vida económica do país, a distância é enorme, é quási infinita.

Por consequência, eu tenho no devido conceito, a opinião de S. Ex.a, ela deve ser verdadeira, no entretanto não pode ter aquela importância que ela tem no espírito de S. Ex.a e que poderá ter alcançado no espírito desta assemblea.

Sr. Presidente: eu arripia-me sempre os nervos, quando ouço tratar por esta forma, os nossos baldios, porque o nosso pais tem capacidade para a produção ser intensificada, mas é dentro dos terrenos que já estão explorados.

A nossa produção é ainda inferior 50 por cento àquilo que devia ser.