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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924

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wo, mas estou convencido de que hei-de morrer sem o ver publicado.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Pires Monteiro): — Sr. Presidente: eu desejo ao Sr. Querubim Guimarães uma longa vida, mas ela não -terá ; de sor muito longa para S. Ex.a ver publicada essa sindicância.

Afirmo a S. £x.a que no pouco tempo que eu ocupar este lugar, hei-de empregar todas as minhas diligências nesse sentido.

O Orador: — Pois eu continuo a dizer que estou convencido do que morrerei sem ver publicado o relatório da sindicância aos Transportes Marítimos do Estado. E compreende-se que assim venha a suceder, porque há certas cousas, certas verdades, certas responsabilidades que não convém de maneira nenhuma que venham à luz da publicidade.

Do resto, isto não é privativo dos Transportes Marítimos do Estado, isto ó privativo de todos os actos da' administração republicana.

Por isso, eu registo apenas a boa vontade do Sr. Ministro do Comércio, só e mais nada.

Talvez que até S. Ex.'"1 tenha um dia necessidade do se ir embora mais depressa da sua pasta, por não poder dentro dela realizar os seus desejos.

O Sr. Ministro do Comércio ,e Comunicações (Pires Monteiro): — Há muitos crimes do tempo da monarquia que nunca foram punidos.

O Orador : — Certamente que se eu convidasse o Sr.-Ministro do Comércio a dizer-me quais os escândalos da monarquia, que não têm paralelo com os escândalos da República, c que não foram punidos, S. Ex.a se sentiria bem atrapalhado —pcr-inita-sèvme a expressão— para citar quais foram esses escândalos.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Pires Monteiro): — O último!

O Sr. Roberto Baptista: — Sr. Presidente : eu já tive ocasião de me referir a este assunto.

Ouvi as considerações feitas pelo Sr. Alfredo Portugal o as explicações dadas pelo Sr. Ministro do Comércio, e, atendendo ao conhecimento que tenho da questão, visto que às minhas mãos chegou o traslado de uma parte do processo, eu chego à seguinte conclusão: é que do que o Sr. Ministro do Comércio e o Governo necessitam não é do mandar prosseguir a sindicância aos Transportes Marítimos do Estado; do que o Governo carece é do efectuar uma sindicância ao modo como foi realizado o seguimento da sindicância que já está feita.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunica* coes'(Pires Monteiro): — Não, senhor.

O que eu entendo ó que é absolutamente essencial continuar a sindicância, porque, infelizmente, ainda não estão averiguados todos os actos criminosos que se cometeram na administração dos Transportes Marítimos do Estado.

O Orador:—As explicações agora dadas pelo Sr. Ministro do Comércio colocam a questão noutro pé.

Parece então quo a sindicância aos Transportes Marítimos do Estado ainda não está concluída, porque, pela sindicância quo foi feita a essa sindicância, se averiguou que alguns delitos cometidos, não tinham ainda sido devidamente incriminados.

Nestas condições, depois das explicações dadas pelo Sr. Ministro do Comércio, eu dou o meu voto a esta proposta.

O orador não reviu.

O Sr. Ribeiro de Melo: — ^Está V. Ex.a disposto a continuar a sessão até ser votada esta proposta de lei?

O Sr. Presidente:—Depende da maneira como a discussão correr.

O Orador:—Perfeitamente.

Sou forçado a entrar na apreciação desta alínea.