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Diário das Sessões do Senado

seja destinada à escola daquela freguesia da Ajuda.

E' esta a intenção do Governo, evitando repito, lucros excessivos que esses pequenos senhorios podiam pretender, e finalmente, com o produto dessa venda, concluir as casas restantes.

Eu tenho a dizer a V. Ex.a que teria muito prazer em que V. Ex.a visitasse esse bairro, e estou certo que V. Ex.a teria uma grande satisfação por ver cjie nem tudo é mau no nosso Portugal.

Se por qualquer motivo o Estado entender que não deve continuar com a construção dessas casas, o Governo com o produto dessa venda amortiza a dívida.

Foi o que a secção votou.

A amortização deste empréstimo está garantida pela verba orçamental que já está inscrita no Ministério.

O Sr. Querubim Guimarães :— ^E onde tenciona Y: Ex.a concluir a realização desse empréstimo?

O Orador: — Eu procurarei na Caixa Geral de Depósitos, ou em qualquer pessoa que se preste a realizar essa tam patriótica obra.

O Sr. Querubim Guimarães (interrom-pendo): — Ainda não há muito que o Sr. Ministro do Trabalho declarou que a Caixa Geral dos Depósitos não havia satisfeito um crédito que ele fizera.

O Orador: — Mas eu afirmo a V. Ex.a que o dinheiro aparecerá.

O orador não reviu.

Estabelece-se diálogo entre o Sr. Querubim Guimarães e o.Sr. Ministro do Comércio.

Foi aprovada a alínea m).

Foi aprovado o aditamento da. Secção.

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr. Presidente : peln alínea que acaba de ser lida na Mesa vejo que o Governo pretendo autorização para a venda de dois navios da nossa Armada: os cruzadores S. Gabriel e Almirante Reis.

O cruzador S. Gabriel foi o navio que fez a viagem de circunnavegação e desempenhou além disso outras importantes comissões do serviço.

O cruzador Almirante Reis desempe-

nhou também algumas comissões de serviço de importância.

Este cruzador, depois da revolução de 19 de Outubro, foi vistoriado por um engenheiro da casa «Armstrong» e uma comissão de técnicos que foram unânimes em declarar que o navio estava bom.

Eu tenho esta convicção: Que houve pessoas adentro da marinha que tiveram sempre um empenho extraordinário em que esse navio não.se armasse.

Não quero referir-me ao actual Ministro da Marinha, porque sei bem, e essa justiça lhe faço, que era incapaz de querer deminuir a nossa marinha de guerra.

Para essas pessoas que têm a preocupação constante de que os navios com as suas guarnições lhes pode perturbar o sono, o seu ideal seria que a marinha se reduzisse a repartições e papéis.

No dia em que esse desideratum se conseguisse, essas pessoas estariam satisfeitas, contanto que tivessem mais estrelas e lhes fossem dadas mais benesses.

E com mágoa, com profunda mágoa mesmo, que eu vejo condenados a desaparecer esses dois navios da nossa marinha.

Eu espero que o Sr. Ministro da Marinha faça o obséquio de informar a Câmara sobre o estado em que se encontra o S. Gabriel e por que razão não mereço ser consertado." O mesmo digo em relação ao Almirante Reis.

Aproveito a ocasião para pedir a S. Ex.a quo me diga se com estas autorizações concedidas ao Governo ele fica autorizado a manter a navegação costeira na Ilha da Madeira.

O Sr. Ministro da Marinha (Pereira da Silva): — Foi com certo desgosto que eu resolvi a venda dos navios S. Gabriel, Almirante Reis e canhoneira Zaire e posso dizer à Câmara que podia muito bem ter resolvido, dentro das minhas atribuições de Ministro da Marinha, a venda dos navios, porque quando os navios estão condenados, são material inútil, e o Ministro tem atribuições para mandar vender em hasta pública o material nestas condições.