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Diário das Sessões do Senado

O Sr. Ministro da Marinha (Pereira da

Silva): —Eu tenho a certeza de que essa promoção é feita dentro, da actual legislação.

, Não vim aqui preparado coni os elementos precisos porque não esperava que este caso fosse tratado. Mas eu desde já digo a V. Ex.a que, mesmo que não seja interpelado sobre o assunto, eu na devida oportunidade hei-de pedir ao Sr. Presidente desta Câmara licença para explicar ao Senado o motivo dessa promoção e justifico- o meu procedimento.

O Sr. Procópiode Freitas: — Desccilpe-me a Câmara se eu lhe vou tomar mais 3 ou 4 minutos.

O Sr. Ministro da Marinha que pertence ao estado maior naval está habituado a ler muito do que se passa lá por fora.. Portanto está em contacto permanente, no papel já se vê. com as grandes esquadras no estrangeiro.

Nestas condições S. Ex.a está obcecado por esta idea de esquadras modernas e não aceita navios de 18 milhas, visto que os cruzacores ligeiros dão actualmente 30 e tantas-milhas.

É facto que'os cruzadores ligeiros modernamente construídos têm essa velocidade.

Mas nós, pobres como somos, com um material heterogéneo, se fôssemos a pensar dessa maneira, creio que pouco ou nada se aproveitaria do nosso material.

Ainda há bem pouco tempo que o Sr. Ministro ti£ Marinha ordenou, e muito bem, que fossem feitas umas reparações no cruzaáor Adamastor, navio muito mais antigo e que não tem velocidade que se pareça com a do Almirante Reis.

De maneira que, pela opinião do Sr. ' Ministro da Marinha, também esse oavio devia ser posto à margem, o znesmo su-. cedendo ao cruzador Vasco da Gama.

Bom. seria que nós pudéssemos construir aqueles navios que fazem parte' do plano apresentado pelo Sr. Ministro da Marinha no seu livro publicado ultimamente, mas como temos pouco, entendo que devemos aproveitar esse pouco, pois, de contrário, dentro em brevs teremos de mandar representar o nosso país, em qualquer parte do mundo, por uma canhoneira ou por um destroyer.

O Sr. Ribeiro de Melo: —Sr. Presidente: permita-me V. Ex.* que eu fale daqui mesmo...

O Sr. Querubim Guimarães: -7 j O bom filho à casa torna!

O Orador: —

Sr. -Presidente : falaram os técnicos, fa- • laram os Sr s. oficiais de marinha portuguesa, oficiais briosos que condenaram a atitude do Sr. Ministro da Mariuha pelo facto de incluir nesta proposta de lei uma alínea, em que pede para fazer a venda de determinados navios e a respectiva aplicação do dinheiro proveniente dessa venda.

Fiz3ram-se aqui afirmações que envolvem um princípio político, e é isso que eu pretendo analisar.

Eu não estranhava que a Majoria General da Armada, isto é, os grandes agaloados da armada portuguesa, tivessem o receio que aqui foi exposto pelos oficiais da nossa armada, que são Senadores.

Já se sabe que na Majoria General da Armada havia a verdadeira fobia po'r todos aqueles que têm uma tradição republicana, e sobretudo uma tradição revolucionária.

Fiquei admirado de que o Sr. Carlos Costa dissesse que um dos navios condenados tioha sido desarmado na ocasião em que Portugal estava em guerra com a Alemanha, para que faltasse mais uma unidade de combate contra os navios alemães.

O Sr. Carlos Costa:—Isto não é presunção minha; é um facto, mandou-se apurar esto facte e reconheceu-se que tinha sido um facto.

O Orador:—Vem o Sr. Carlos Costa com a sua autoridade fazer afirmações concretas de que oficiais da marinha portuguesa, em tempo de guerra, tinham desarmado esse navio com o fim de não combaterem contra os alemães. " Se assim é, cometeram um crime de lesa-Pátria, e ás palavras proferidas pelo Sr. Carlos Costa têm de ser...

O Sr. Carlos Costa:

licença ?