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Diário das Setsôes do Senado

O Orador:—Para evitar que isso se continue a dar é que eu peço a verba de 1:200 contos.

A Farmácia Central do Exército fornece o Ministério das Colónias, e portanto as colónias lhe pedem centenas de medicamentos.

Não me parece, pois, que esta importância seja exagerada, sendo de grande economia para o Estado a sua aprovação.

O Sr. Costa Júnior: —Eu não acho a quantia exagerada.

Se V. Ex.a acrescentar à palavra «medicamentos», «utensílios», eu aprovo a proposta. Agora só «medicamentos» não...

O Sr. Querubim Guimarães: — Este lado da Câmara, pela voz do seu lecder, clecla-, rou que se limitava a protestar e a não votar esta proposta.

Portanto, a bancada monárquica não lhe dá o seu voto.

Eu intervim várias vezes na discussão para pedir esclarecimentos, e não vou falar sobre esta alínea senão para pedir ao Sr. Ministro da Guerra o favor de ne explicar qual a aplicação desses 1:200 contos, e referir-me a uma frase do Sr. Costa Júnior.

£É para pagar quaisquer dívidas ente-. riores que essa farmácia tenha contraído?

Não ve;o que esteja explicada nesta alínea qual a aplicação desse dinheiro.

O Sr. Costa Júnior, referindo-se à Farmácia Central do Exército, disse que se têm . praticado aí verdadeiros desfalques.

O Sr. Pereira Osório (interrompendo)',— Mas acrescentou que actualmente está tudo em ordem, pois que a família do oficial que praticou o desfalque entrou cora a importância respectiva.

O Orador: — Palavras da gravidade daquelas que proferiu o Sr. Costa Júnior pesam-se bem antes de se proferirem.

Não é porque a nossa sensibilidade DMO esteja já habituada a estes assuntos de desfalques.

Estamos tam habituados a oavir a toda a hora falar de desfalques que isso já

roça pela nossa pele como a brisa do mar.. .

Mas, a minha situação aqui obriga-me, desde que se proferiram palavras desta natureza, a perguntar ao Sr. Ministro da Guerra se, porventura, o Sr. Costa Júnior-está ou não dentro da verdade.

E um assunto que pertence à pasta da Guerra, e por isso o Sr. Ministro da Guerra poderá elucidar o Senado se, realmente, ali se têm praticado abusos, porque, se assim é, sem dúvida nenhuma que é muito para desconfiar da aplicação a dar a esses 1:200 contos.

Pregunto, por isso, a S. Ex.a, a que se dest{nam esses 1:200 contos/ se se destinam à aquisição de material novo, se à administração da Farmácia Central do Exército é boa, ou se, porventura, como disse o Sr. Costa Júnior, ali se têm praticado erros e verdadeiros desfalques.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Vieira da Eocha): — Sr. Presidente": devo dizer que os 1:200 contos que aqui se pedem são destinados à compra de medicamentos.

Desde que estou na pasta da Guerra não me consta que na Farmácia Central do Exército se tenham praticado quaisquer irregularidades. Mesmo antes de eu ter a honra de ocupar este lugar, eu sabia que aquele estabelecimento do Estado era bem dirigido, não se notando facto algum irregular.

Portanto, os abusos a que aludiu o Sr. Costa Júnior devem ter-se passado em épocas muito remotas. E sendo assim, D,M o me pareço que seja agora a ocasião o de os trazer para o campo da discussão.

O Sr. Pereira Osório : — Sr. Presidente: costumo ser sempre coerente.

Por isso, atendendo não só ao destino da verba a que se refere esta alínea, depois das explicações dadas pelo Sr. Ministro da Guerra, e porque nós já aqui votámos alíneas que importam aumentos • de despesa sem procurarmos saber se para eles havia a correspondente receita, eu, por coerência, repito, e ainda tendo em vista o fim humanitário desta verba, aconselharei este lado da Câmara a que aprove esta alínea.