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Setsão de J9 e 20 de Ayosto .de 1924

O Sr. Carlos Costa: — É quo ou entrei já tarde na sessão, mio ouvi tudo o que se disso.

O Orador:—Devo dizer a S. Ex.a quo esses navios estuo condenados segundo o parecer da comissão técnica qno estudou o assunto, não são nem podem ser boas unidades, porque boas unidades nas armadas só podeni ser aquelas que possam executar uma missão bem definida na guerra, e esses navios não têm valor algum para a luta marítima.

E este o meu ponto de vista.

Prefiro ter um bom grupo de aviões a ter cruzadores que em caso de guerra nada poss"am fazer.

Quanto à parte política, a osso ponto não posso eu responder pelo motivo de que estou habituado, pelo meu tempera: mento e educação, a só fazer afirmações do-carácter acusatório quando tenho elementos para as provar e eu não posso seguir o ilustro Senador Sr. João Carlos Costa nesse caminho porque o meu modo i1 e ver não o permite. . Quanto ao assunto da promoção a capitão de mar e guerra de um capitão de fragata, tenho' a dizer que nunca tomo resoluções 'senão dentro das leis e, desde que essa promoção foi publicada no Diário do Governo e porque está conformo as leis, só então sou obrigado a justificar-me perante o Parlamento se fizer interpelação- sobre tal assunto.

Tenho dito.

. O SK Carlos Costa: — Sr. Presidente: supus que ao fazer as minhas considerações não teria de irritar os nervos do Sr. Ministro da Marinha, demais a mais tendo feito justiça ao seu amor à arma, ao seu carácter e à sua honestidade profissional.

. Não posso aceitar as explicações do S. Ex.a

Em primeiro lugar disse S. Ex.a que hoje os navios de dezoito milhas de andamento estão condedados; mas, Sr. Ministro da Marinha, nós vemos um país de grandes recursos, que é a Inglaterra, onde navios dessa ordem ainda se encontram ao serviço.

O Sr. Ministro da Marinha (Pereira da Silva):—Posso dizer a Y. Ex.a que hoje

em nenhuma marinha do mundo existem navios ao serviço forrados de madeira7 e cobre.

O Orador: — V. Ex.a está tam enganado quo o cruzador Almirante Reis não é de 18 milhas de velocidade, mas de 22.

Eu posso garantir a V. Ex.a que o almirante Reis chegou a dar 22 milhas, numas manobras realizadas em Lagos sob o comando do Sr. Manuel de Azevedo Gomes atingiu 22 midhas por hora. Consta esse facto de documentos oficiais, que V. Ex.a pode conhecer quando quiser.

O Almirante Reis não é, portanto, um navio de 18 milhas.

O S. Gabriel, que é um navio do 17 milhas, chegou a atingir em tiragem forcada 18 milhas.

• A marinha inglesa tem ainda ao seu serviço dois navios do tipo do antigo D. Carlos.

O Sr. Ministro da Marinha (Pereira da Silva) (interrompendo): — Navios forrados de madeira e cobre mio tem nenhum.

O Orador: — NHo sei se sfio forrados cobre.

O que são ó do'mesmo tipo. Isto posso garanti-lo.

Com relação à promoção de um capitão de fragata a capitão de mar e guerra, S. Ex.a respondeu-me de nma forma que não me satisfez.,

A lei de 14 de Agosto de 1892 fixa qual a forma de fazer promoções.

Toda a ,legislação de marinha diz que quando haja oficiais a mais além do quadro não se podem fazer novas promoções para esse quadro.

Na armada há actualmente muitos oficiais a mais.

Não- compreendo, portanto, como se consegue promover um capitão deíragata a capitão do mar e guerra sem que haja vaga.

S. Ex.a não precisa falar em estações competentes, porque eu sei muito bem como essas cousas se fazem, e se S. Ex.a quiser que lhe diga porque ó que se faz assim...