O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

70

Diário das Setsôcê do Senado

de país para filhos, por completo, da contribuição.

Caiu ôsse Governo, e vem agora este Gabiriente e dá mais uma machadada nos sagrados direitos da família, e surge esta simpática tabela a favor dos descendentes carregando desde 2,5 por cento até 6 por cento a contribuição por título gratuito que também se deve quando a favor de ascendentes»

Leu.

A viúva, privada da actividade do marido faleeido, ainda lhe tiram quási \;s!

Isto é perfeitamente o bolchevismo do Estado, isto é um começo, já em grande acelaraçjlo, da destruição da riqueza particular.

Dizendo-se ao possuidor de bens:— «V. não tem o direito de os deixar à sus, família», isto.não é só socialismo, é pior do que bolchevismo, e só quem não tem filhos ou família sua na ascendência ou descendência é que pode deixar de sentir uma revolta profunda e tremenda contra esta enormidade.

Está numa situação aflitiva, ou melhor, tende a estar numa situação aflitiva, por desmazelo, incúria e esbanjamento dos governantes.

As tais promessas solenes de compressão de despesas, de economia, de honestidade, de boa aplicação .dos- dinheiros públicos, são a melhor forniu de eles se esbanjarem completarnente, sendo autores desses esbanjamentos os homens que costumam por definição estar nas cadeí-, rãs do Governo, onde não está nenhum agora.

São perfeitamente Ministros imaginários, estadistas imaginários que não fazem mais do que vir cercear as economias dos que trabalham, desapossar do dinheiro que lhes custa £ ganhar os que trabalham, ou custou aos que trabalharam, somente para esbanjar, esbanjar, esbanjar constantc-mente!

Não vale a pena estar-me a cansar. Fica lavrado o meu protesto.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: — Sr. Presidente: sabe V. Ex.a uma cousa?

É um engano muito grande do Estado este de lançar tributes e lançar tributos

grandes sobre um ponto tam sagrado como é este, assim no ar, levianamente.

lato liá-de trazer, como conseqiiências, primeiro, o desamor à propriedade da parte de rnuita. gente.

E preciso que se saiba que quando se encontra uma bonita propriedade, uma bonita quinta, é exactamente porque o ha-mem que a possui tem um filho a quem a quere deixar, tem os seus netos, tem a preocupação, que ó bem humana, da continuidade da sua pessoa.

E isso que tantas \ezes lhe faz ver naquilo alguma cousa que- não é seu propriamente mas que é da sua gente, e ele esmera-se para deixar na sua passagem pelo mundo o rasto da sua individualidade.

Quanto mais engrandece a sua propriedade mais o Jilstado lhe vai extorquir, e acontece o que já está acontecendo hoje: muita gente que tinha prédios está-se desfazendo deles ; para comprar papéis ou para depositar dinheiro lá fora de forma a que os sens sucessores o possam receber.

O que dá isto para o Estado?

Tanto quere que tudo. perde.

A Pátria é um conjunto de famílias. Se nós não tratamos de dar'unidade à família, a Pátria que ê a reunião das famílias, não pode ser uma Pátria firme, uma Pátria do grandes ideais.

j Se não se tratar de construir o ideal, a Pátria não há-de ser senão um conjunto de egoístas e, por consequência, toda essa grande obra que tem sido feita na humanidade pelas gerações, acaba, acaba tudo isso!

; £ Como é que se quere que um homem tendo perdido a sua companheira, a sua mulher, vá apanhar ainda, em tais condições, uma contribuição?!

E isto. Sr. Presidente, é o mesmo que poderá suceder em relação a um pai ou a um filho.

Ora digam V. Ex.as se isto são princípios com que se argumente.

Querem dar cabo de tudo isto?

& Querem tornar o País um nicho de feras?

; Tenham dó por amor do Dens, desta Pátria!